Página inicial

Notícia > Ciências

  • 11.07.2013 - 01:49

    estudantes criam \'remédio\' para evitar deslizamentos


    Um equipe de alunos do 9º ano do ensino fundamental (antiga 8ª série) do município de Garça, no interior de São Paulo, criaram um sistema que pretende acabar com um problema frequente em épocas de chuva no País: os deslizamentos de terra. A possível solução consiste em semear cápsulas recheadas com sementes de árvore geneticamente modificadas em áreas sujeitas a erosão.


    O projeto faz parte de um concurso global de robótica promovido pela marca de brinquedos Lego. Neste ano, o tema da competição é “Fúrias da Natureza”, conforme explica o professor Paulo Cézar Raucci, responsável por orientar os cientistas mirins como técnico do grupo Thunderbirds, da escola técnica Sesi.


    Raucci conta como surgiu a ideia. “Pensamos em diversos cenários possíveis, de enchentes a proteção contra furacões, mas depois resolvemos pensar em comunidades próximas, por isso vimos que existe, no Brasil, uma grande defasagem tecnológica quando o assunto é desmoronamento”, explica.


    A técnica criada pelos Thunderbirds consistiu, primeiro, em escolher quais árvores adaptáveis ao clima brasileiro e com raízes suficiente grandes e fortes serviriam para impedir desmoronamentos, mais comuns em áreas desmatadas. As eleitas com o apoio de especialistas da Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal de Garça (Faef) foram as palmeiras e as araucárias.



    Técnica consiste em inserir proteínas e hormônios em sementes de plantas como palmeiras e araucárias
    Foto: Paulo Cézar Raucci / vc repórter
    A Faef ajudou também a receitar proteínas e hormônios que auxiliam no crescimento mais rápido das plantas. A partir daí, coube a um laboratório da cidade, o Naturessência, inserir nas sementes o material indicado. “Em três semanas depois de plantada, uma semente-teste modificada chegou a 10 centímetros de altura, enquanto a normal, no mesmo período, sequer havia saído do solo”, vibra Raucci.


    Uma vez pronto, o produto idealizado por Bruna Custódio, Beatriz Lima, Daniel de Oliveira, Gabriela dos Santos Cruz, Vitor Casassola e Wallace Leandro, todos na faixa etária entre 12 e 13 anos, se parece com uma cápsula de remédio, inclusive no peso e no tamanho.


    Esse comprimido, batizado pelos jovens cientistas de Caos (Cápsula Orientada ao Solo), foi concebido pensando nas áreas de difícil acesso em que normalmente ocorrem deslizamentos. “Precisávamos de algo que pudesse ser lançado de um helicóptero ou avião, portanto precisava ser compacto e com um certo peso para não ser levado pelo vento”, analisa o professor.


    Para avançar no concurso e ganhar a atenção mundial, o projeto precisa ser complementado por outra etapa. Dentro dos próximos meses, os Thunderbirds receberão a atribuição de construir um robô autossuficiente capaz de executar missões estipuladas por uma comissão julgadora.


    A equipe, formada ainda pelos mentores Alexandre Policarpo (aluno do 3º do ensino médio) e Eneida Grassi Busto, coordenadora do Sesi, sabe que tem um longo caminho a percorrer, entre etapas regionais e nacionais antes de alçar voos mais altos, mas mostra confiança. “Acreditamos na ideia e temos, sim, a pretensão de chegar à etapa mundial”, garante o técnico dos Thunderbirds