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  • 08.06.2015 - 09:17

    Engenheiro diz que Rio São Francisco vai morrer em um ano


     O engenheiro João Alves Filho, atual prefeito de Aracaju (MG), apresentou dados que, segundo ele, indicam que o Rio São Francisco morreria em, no máximo, um ano a partir de agora. Ele também ofereceu sugestões para reverter o processo, dentre elas a transposição de águas da Bacia Araguaia-Tocantins. A palestra foi ministrada durante a reunião da Comissão de Minas e Energia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) na última quarta-feira (27).

    A audiência, solicitada pelo deputado Gil Pereira (PP), teve o objetivo de debater a revitalização do Rio São Francisco, que, recentemente, tem gerado preocupação com a diminuição drástica da vazão da água. O prefeito de Aracaju foi convidado por já ter realizado várias pesquisas sobre rios mortos ao redor do mundo e tem, há alguns anos, acompanhado a história do Velho Chico.

    As previsões do engenheiro são catastróficas. “Será a maior diáspora da história, com um milhão de sergipanos e um milhão de alagoanos abandonando suas terras pela completa falta de água”, afirmou. João Alves citou um trajeto de 500 km percorridos por ele ao longo de um trecho já seco do Rio Amarelo, na China, para explicar que esse é o efeito imediato da morte de um rio: a emigração. Segundo ele, dezenas de cidades foram abandonadas ao longo do antigo curso d’água.

    No caso do São Francisco, João Alves explicou que foram várias as razões que poluíram e diminuíram a vazão do rio ao longo das últimas décadas, como o despejo de esgoto in natura, a construção de fábricas e a exploração de minérios. A maior causa, porém, teria sido a construção de hidrelétricas sem o devido cuidado.

    Segundo ele, os projetos atuais são mais cuidadosos ao analisar os impactos da obra na vazão do rio, mas essa prática é recente, e as primeiras hidrelétricas teriam sido feitas com a única preocupação de gerar energia. “Os Estados Unidos têm uma lei de recursos hídricos desde 1921, e o Brasil só aprovou a sua no fim do século XX”, disse. Fonte: Agência ALMG

    com http://www.agendaparaiba.com