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  • 28.07.2014 - 10:37

    Conselho de Segurança da ONU solicita cessar-fogo


     Com mais de 1.000 pessoas mortas no conflito entre Israel e Hamas, o Conselho de Segurança da ONU pediu "um cessar-fogo humanitário imediato e incondicional" na guerra de Gaza entre Israel e o Hamas. O pedido foi feito após reunião de emergência reunida na sede da entidade, em Nova York, na madrugada desta segunda-feira (28), e foi criticado tanto por israelenses quanto por palestinos.

    O cessar-fogo permitiria a entrega de "ajuda urgente", diz a declaração, lida pelo presidente rotativo do Conselho, o embaixador de Ruanda, Eugene- Richard Gasana. O texto acordado por unanimidade insta Israel e o Hamas "a aceitar e implementar integralmente o cessar-fogo humanitário no período do Eid al-Fitr" – feriado que marca o fim do Ramadã, o mês sagrado do islamismo.

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    Morte de jovens reacende conflito entre Israel e Palestina292 fotos

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    28.jul.2014 - Tanque do Exército israelense faz ronda ao longo da fronteira entre Israel e a faixa de Gaza, controlada pelo Hamas. O Conselho de Segurança da ONU se juntou ao presidente dos EUA, Barack Obama, em um pedido de cessar-fogo imediato em Gaza, depois que Israel e Hamas ignorarem as chamadas para uma trégua David Buimovitch/AFP

    Segundo a rede norte-americana CNN, O conselho de 15 países também proclamou seu apoio a "uma paz abrangente baseada na visão de uma região onde dois Estados democráticos, Israel e Palestina, vivem lado a lado em paz com fronteiras seguras e reconhecidas como previsto na resolução do Conselho de Segurança 1850 (de 2008)".

    O representante palestino na ONU, Riyad Mansour, disse que o comunicado não fez avanços e que era necessária uma resolução formal exigindo a retirada das forças israelenses de Gaza. "Eles deveriam ter adotado uma resolução há mais tempo, condenando esta agressão e pedindo que esta agressão pare imediatamente", disse.

    O representante de Israel na ONU, Ron Prosor, qualificou o comunicado de tendencioso, por deixar de mencionar o lançamento de foguetes por militantes palestinos contra o território israelense. "Milagrosamente, o texto não menciona o Hamas", protestou Prosor.

    A chamada para um cessar-fogo veio depois que Hamas e Israel voltaram a novas agressões, depois de um cessar-fogo temporário falhar. O governo israelense acusou o Hamas de não ter respeitado a trégua solicitada pelo próprio grupo islâmico

    Mais de mil mortos, entre eles 218 crianças

     

    Arte/UOL
    Mapa mostra localização de Israel, Cisjordânia e Gaza

     

    Após a trégua de 12 horas do sábado (26), centenas de corpos que estavam sob escombros em Gaza foram recolhidos, o que aumentou o número de mortes palestinas para mais de mil, segundo a ONU e autoridades locais.

    A Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) estima que ao menos 218 crianças foram mortas no confronto entre militares israelenses e radicais do Hamas. Desse total, dois terços delas teriam idade inferior a 12 anos.Do lado israelense, 43 soldados e três civis foram mortos em 20 dias de conflito.

    "Parem matança"

    O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, condenou o ataque feito na última quinta-feira (24) ao abrigo da entidade na faixa de Gaza. Entre as vítimas estavam mulheres, crianças e funcionários da ONU.

    O local, uma escola da UNWRA (Agência de Assistência aos Refugiados Palestinos) em Beit Hanoun, era usado por dezenas de pessoas como refúgio dos últimos confrontos na região entre Israel e o Hamas.

    "Estou horrorizado com as notícias de um ataque a uma escola de UNRWA, em Gaza do norte, onde centenas de pessoas haviam se refugiado", afirmou Ban em comunicado no dia do ocorrido. "O ataque destaca a necessidade imperativa de parar a matança –e pará-la agora", disse Ban, acrescentando que Israel precisa respeitar regras humanitárias internacionais. Entre elas está a inviolabilidade das integridade das instalações da ONU e de seus funcionários. (Com agências internacionais)

     

    Entenda a ofensiva de Israel em Gaza
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      Como o novo conflito começou?
      A tensão aumentou drasticamente após o sequestro de 3 jovens israelenses na Cisjordânia, em junho. Israel então fez missão de busca que prendeu 420 palestinos e matou 6 inocentes. Após 18 dias, os corpos dos jovens foram achados. Vários grupos jihadistas assumiram o crime. Mas Israel culpa o Hamas, que não se posicionou. Depois, um palestinos de 16 anos foi morto em Jerusalém por judeus radicais
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      Em qual contexto político o crime aconteceu?
      As relações entre os governos israelense e palestino já estavam tensas desde que, em abril, Hamas e Fatah anunciaram governo de unidade nas regiões autônomas palestinas. O presidente palestino, Mahmoud Abbas, disse que o novo governo reconhece os acordos de paz assinados, mas Israel acha que Abbas não pode fechar acordo com Israel e, ao mesmo tempo, com o Hamas, que quer a destruição de Israel
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      Por que a área do conflito é polêmica?
      Os jovens israelenses eram de assentamentos em território palestino da Cisjordânia considerados ilegais pela ONU por violar o artigo 49 da Quarta Convenção de Genebra, de 1949, que proíbe a transferência violenta de população civil para outro Estado. Israel discorda dessa interpretação e alegando que a área nunca teria sido parte de um Estado soberano e que o acordo não se aplica ali
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      Por que a ONU fala em "emergência humanitária"?
      A ofensiva de Israel está cada vez mais sangrenta. Em poucas semanas, mais de mil palestinos foram mortos nos ataques em Gaza, inclusive dezenas de idosos e crianças. Cerca de 53 mil soldados israelenses agem em uma pequena faixa de terra de 362 km2, ondem vivem meio à extrema pobreza 1,8 milhão de palestinos. A ONU diz que mais de 3/4 das vítimas são civis e já são mais de 80 mil desabrigados

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