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  • 24.06.2013 - 07:39

    Conheça 7 projetos megalômanos para revolucionar a ciência


    Colonizar Marte em 2020, capturar um asteroide e construir um elevador espacial são apenas alguns dos projetos grandiosos que o futuro nos reserva. Muitos deles prometem revolucionar a ciência. Mas será que todos são viáveis?


    Para elucidar diversos aspectos dos empreendimentos, contamos com a colaboração do astrofísico sênior do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian, Martins Elvis. Ele avaliou a ambição, a viabilidade e as possibilidades de cada um deles.
     

     

    Fusão Nuclear (Iter)


    O Reator Termonuclear Experimental Internacional (Iter, na sigla em inglês), um protótipo do que será um reator a fusão nuclear, começou a sair do papel no início de 2013, com a inauguração do edifício-sede, na França. O projeto tem como objetivo desenvolver a tecnologia da fusão nuclear para a geração de energia em escala comercial.

    Para Ricardo Galvão, professor titular do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP), que acompanha de perto o projeto, a ideia é viável. “Mostrar que é possível obter mais energia de reações de fusão, do que a gasta para produzir e aquecer o plasma onde as reações ocorrem, já foi demonstrada na década de 1990, nos tokamaks (dispositivo de confinamento magnético de plasmas)”, explica.

    No entanto, logo que entrar em operação, o que deve ocorrer em 2020, o ITER ainda não produzirá grande quantidade de energia de fusão. “A fase de produção de energia (potência média de 500 megawatts) só deverá ocorrer por volta de 2027, quando será introduzido o elemento trítio (um isótopo de hidrogênio) nas descargas produzidas no reator”, relata Galvão. Até 2020, o projeto deve consumir cerca de 15 bilhões de dólares.

    Avaliação: Não é ambicioso o suficiente


    Para Elvis, a fusão é uma fonte de energia que pode nos livrar dos combustíveis fósseis, mas, devido à urgência do aquecimento global, o astrofísico diz que o Iter é muito lento e pequeno. “O projeto começou em 1985, mesmo assim vamos ter esperar até 2030 para ter uma demonstração de que a produção de energia do reator está funcionando. Por que tanto tempo? Parece quase projetado para ser inadequado à situação”, pontua. Além disso, Elvis questiona o orçamento da construção do Iter. “Embora pareça muito, isso nem se compara com o que os governos gastam.