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  • 21.01.2016 - 17:09

    CONCENTRAÇÃO DE RENDA: 62 mais ricos do mundo tem o mesmo dinheiro que 3,2 bilhões de pessoas


     Por Alex Whiting

    LONDRES (Reuters) - As 62 pessoas mais ricas do mundo têm agora o mesmo dinheiro que a soma de metade da população mundial, o equivalente a cerca de 3,5 bilhões de pessoas, à medida que os super-ricos têm ficado cada vez mais ricos e os pobres mais pobres, disse uma instituição de caridade internacional nesta segunda-feira.

    A riqueza dos 62 mais ricos aumentou 44 por cento desde 2010, enquanto a riqueza dos 3,5 bilhões mais pobres caiu 41 por cento, afirmou a Oxfam em um relatório divulgado antes da reunião anual do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça.

    Quase metade dos indivíduos super-ricos são dos Estados Unidos, enquanto 17 são da Europa e o restante de países como China, Brasil, México, Japão e Arábia Saudita.

    "A preocupação dos líderes mundiais sobre a crescente crise da desigualdade até agora não se traduziu em ações concretas - o mundo se tornou um lugar muito mais desigual e a tendência está se acelerando", disse a diretora-executiva da Oxfam International, Winnie Byanima, em um comunicado que acompanha o estudo.

    "Não podemos continuar a permitir que centenas de milhões de pessoas passem fome enquanto os recursos que poderiam ser usados ​​para ajudá-las são sugados por aqueles no topo", acrescentou Byanima.

    Cerca de 7,6 trilhões de dólares dos indivíduos mais ricos estão em paraísos fiscais offshore, e se fosse pago imposto sobre a renda que essa riqueza gera um adicional de 190 bilhões de dólares estaria disponível para os governos a cada ano, segundo Gabriel Zucman, professor assistente da Universidade da Califórnia em Berkeley.

    Cerca de 30 por cento de toda a riqueza financeira da África é mantida no exterior, o que representa perdas de 14 bilhões de dólares em receitas fiscais todos os anos, disse a Oxfam, se referindo ao trabalho de Zucman.

    Esse dinheiro é o suficiente para pagar pelos cuidados de saúde que poderiam salvar 4 milhões de vidas de crianças por ano e empregar professores suficientes para colocar todas as crianças africanas na escola, de acordo com a Oxfam.