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  • 06.08.2013 - 09:30

    Antropólogos buscam os primeiros habitantes da América


    Um grupo de cientistas mexicanos e espanhóis pesquisa aproximadamente 30 ossadas humanas encontradas em uma caverna de Tamaulipas, estado do nordeste do México, na fronteira com os Estados Unidos, que poderiam estar relacionadas com os primeiros habitantes da América, informou na segunda-feira uma fonte oficial.

    "Cerca de 30 ossadas humanas, cuja antiguidade se estima por volta do segundo milênio antes da nossa era, e que foram encontradas na caverna La Sepultura, no estado de Tamaulipas, poderiam estar relacionadas com os primeiros habitantes do continente americano", informou em um comunicado o mexicano Instituto Nacional de Antropologia e História (INAH).


    Pesquisadores de várias instituições mexicanas e da Universidade de Córdoba (sul da Espanha) fazem um estudo genético dos restos humanos, resgatados em 2011, com o objetivo de elaborar o perfil bio-arqueológico da região, acrescentou o INAH.


    O DNA dos restos esqueléticos encontrados no município de Tula, na Sierra Madre Oriental, "poderia ser muito antigo, pois estas linhagens remontariam a grupos de 10.000 e 12.000 anos antes de Cristo", assegurou o antropólogo físico Jesús Ernesto Velasco, do Centro INAH-Tamaulipas, citado no comunicado.


    Se esta hipótese for comprovada através dos estudos de morfologia craniana, do DNA antigo e de testes de radiocarbono se "demostraria que nesta área se encontram indícios de uma das linhagens genéticas mais antigas da América", associado com o dos homens que cruzaram o Estreito de Bering, acrescentou.



    Os trabalhos de pesquisa desta vasta região, onde há grande quantidade de cavernas pré-históricas e manifestações gráfico-rupestres, começaram em 2009 na caverna de La Sepultura. Uma delas é a chamada caverna Escondida ou Encantada, muito próxima de Ciudad Victoria, capital de Tamaulipas, onde em 2012 foi resgatada uma múmia e outros dois esqueletos de crianças.


    Já em 2008, nessa mesma caverna, foi encontrado um exemplar mumificado que posteriormente foi estudado pelo Paleo-DNA Laboratory of Lakehead University, em Ontário, Canadá. Os resultados demonstraram que essa múmia tinha uma linhagem genética que "se associou de forma geral a diversos grupos que povoaram de forma precoce o continente americano", estabelecendo a base para comparação futuras, informou o antropólogo Velasco