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  • 13.11.2018 - 09:07

    A irresignação de RC com integrantes da base aliada na Assembleia Legislativa


     Pelo que se pode aferir do sempre brilhante e arguto Nonato Guedes, em sua coluna familiar, sequer deixou o poder e Ricardo já começa sentir o ar rarefeito da atmosfera que impregna os espaços onde o poder não habita nem mais atua. 

     

    Faltando pouco mais de 30 dias para descer as escadarias do Palácio, o governador visto como déspota não tão esclarecido, mas que se deixou animar pela pretensão de transformar o bruxulear de candeeiros em farol para o estado começa amargar as decepções de quem não controla mais a caneta nem o diário e já não tem mais o conforto da cadeira para conceder favores e privilégios.

     

    Os lamentos quase lancinantes de Ricardo em Campina cobrando respeito e lealdade aos que diz ter ajudado a eleger é um sinal evidente que de o poder lhe foge célere das mãos e que não serão poucas as retaliações que sofrerá num futuro próximo sem o bastão de comando.

     

    Suas ameaças veladas de que, com ele tem que ser em mão dupla, parece não ter tido repercussão junto aos que lhe faltaram com respeito na sua ótica de enxergar os fatos relativos à eleição da Mesa Diretora da Assembleia. Tudo indica pelo andar da carruagem e pelo que revela o texto instigante de Nonato Guedes a máxima de Rei morto Rei posto começa vigorar no reino socialista.

     

    Ricardo tem muito que acertar com a classe política e parece que a conta já está sendo apresentada. (Jampanews)

     

    Os Guedes

     

    O governador Ricardo Coutinho (PSB) não esconde a sua irresignação com integrantes da sua base aliada na Assembleia Legislativa, condenando a forma como foi votada a PEC 13/2015, que veda a antecipação da eleição dos membros da Mesa Diretora da Casa. Falando ontem em Campina Grande, onde participou de solenidade, o gestor foi taxativo ao desabafar que faltou respeito por parte dos parlamentares que não deram voz ao chefe do Executivo e comandante do projeto vencedor nas últimas três eleições estaduais. Ricardo reforçou que esteve ao lado dos deputados em suas disputas, e esperava o mesmo comprometimento na tomada de decisão.

     

    – Como é que você vota uma Emenda Constitucional e não tem o cuidado de telefonar e combinar? Nós não tivemos que combinar para eleger? Para pedir o voto ao povo não tivemos que combinar? Por que agora não se combina? Comigo não tem isso não, as coisas são de via dupla. Da mesma forma que respeito, exijo ser respeitado. Ninguém vai fazer um processo “tratorando” o Poder Executivo, que sempre foi muito correto e leal com a base” – obtemperou Coutinho. A deputada estadual Estelizabel Bezerra (PSB) propôs uma reunião entre os parlamentares da situação para alinhamento de pautas do projeto socialista. Estela contesta a votação que aprovou a matéria no último dia 30, observando que desde o início houve um atropelo no processo de disputa da direção da Mesa.

     

    Estelizabel advertiu que todo o cenário está montado para fomentar a conflagração por meio da disputa. Disse categoricamente: “Precisamos de uma concertação. O PSB precisa se reunir fora da imprensa, fora da tribuna e fazer uma concertação para que possamos avançar. Tanto Rubens (Buba) Germano como Adriano Galdino são do PSB e são presidenciáveis. Somos 22 deputados da base da situação, precisamos ter o entendimento, a clareza e a responsabilidade de conduzir esse processo com respeito uns aos outros”. Comentando insinuações sobre alegada interferência do governador Ricardo Coutinho no processo, Estelizabel disse que ele representa o projeto socialista na Paraíba e precisa ter voz na decisão. “Em sua vida política, Ricardo sempre foi muito equilibrado, mas ele é a grande liderança desse processo. É necessário, então, que se escute a nossa liderança. Ele tem uma visão e precisa ser contemplada. É uma visão que permeia todos nós e é ingênuo quem acha que isso não deve acontecer. Ricardo é a pessoa que tem mais acúmulo de experiência nesse processo”, teorizou Estelizabel, cujas assertivas ganharam destaque em edição do ‘Correio da Paraíba”.

     

    A parlamentar discorda das vozes que apregoam o fim da reeleição para cargos na Mesa Diretora do Legislativo. “Acho que o instituto da reeleição no mesmo mandato é saudável. Foi isso que garantiu a democracia, senão teríamos, pelo que estava configurado na Casa em 2014 e 2015, a reeleição de Ricardo Marcelo, que iria para o seu quarto mandato. Quando alguém diz que alterando a Constituição da Paraíba vai se garantir a democracia, isto não é verdade. Por isso se remete ao regimento, para que a gente tenha flexibilidade para perceber o que é que cristaliza a democracia e o que cristaliza o autoritarismo”.

     

     

    Fonte: "Os Guedes" - Nonato Guedes