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  • 13.07.2017 - 17:07

    Deputados apresentam pedido de impeachment de Trump e ele foge da crise


     Dois deputados do Partido Democrata depositaram nesta quarta-feira (12) o primeiro pedido formal de impeachment do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

    A iniciativa é patrocinada pelos congressistas Brad Sherman, da Califórnia, e Al Green, do Texas, e se baseia em uma possível obstrução de Justiça por parte do republicano na demissão de James Comey do comando do FBI.

    "É o primeiro passo de um caminho muito longo, mas se essa incompetência impulsiva continuar, talvez republicanos se juntem aos esforços pró-impeachment", diz uma nota do deputado Sherman.

    Segundo ele, os últimos desdobramentos do escândalo "Russiagate" indicam que a campanha de Trump era auxiliada por membros do governo russo. "Parece provável que o presidente tivesse algo a esconder quando tentou parar a investigação contra o conselheiro para Segurança Nacional Michael Flynn", afirmou.

    Demitido em maio passado, Comey, ex-diretor do FBI, revelou que o republicano lhe pedira para arquivar o inquérito contra Flynn, que foi interceptado em conversas telefônicas com o embaixador de Moscou nos EUA, Sergey Kislyak. Nas ligações, eles falavam sobre as sanções impostas por Barack Obama em retaliação à suposta interferência do Kremlin nas eleições vencidas por Trump.

    "Todos os dias, democratas, republicanos e o mundo inteiro ficam chocados com os últimos exemplos do amadorismo do presidente da América", acrescentou Sherman.

    O pedido de impeachment precisa ser aprovado na Câmara dos Representantes, por maioria simples (218 de 435 votos), e no Senado, por maioria qualificada (67 de 100), mas ambas as casas são controladas pelo Partido Republicano.

    A iniciativa dos congressistas também não conta com o apoio institucional do Partido Democrata, que acredita ainda ser muito cedo para pedir o afastamento do presidente. Com informações da ANSA.

    TRUMP FOGE DA CRISE

    Em plena tempestade política por uma suposta conspiração com a Rússia, o presidente americano, Donald Trump, desembarcou nesta quinta-feira (13) em Paris. Ele é convidado de honra do desfile militar de 14 de julho, a festa nacional da França. 

    O avião presidencial Air Force One pousou no aeroporto parisiense de Orly na manhã desta quinta-feira. Trump dedicou suas primeiras horas a encontros com funcionários civis e militares americanos, antes de iniciar a parte diplomática e comemorativa da visita.

    O presidente americano e sua esposa Melania serão os convidados de honra do presidente Emmanuel Macron durante o tradicional desfile militar de 14 de julho na avenida Champs-Elysées, coincidindo com o centenário da entrada dos Estados Unidos na Primeira Guerra Mundial.

    Com o convite, Macron - um centrista pró-europeu de 39 anos que assumiu a presidência francesa há apenas dois meses - espera iniciar uma relação privilegiada com o imprevisível presidente americano.

    Convidado controverso

    A visita do bilionário divide opiniões na França. Alguns deputados dizem que Trump não representa os valores da Revolução Francesa e a queda da Bastilha, comemorados no 14 de julho.

    O Palácio do Eliseu alegou que Estados Unidos e França são países aliados e que Trump veio a Paris para celebrar o centésimo aniversário do engajamento americano na Primeira Guerra Mundial.

    Macron também explicou que França e Estados Unidos têm pontos de convergência essenciais. "A luta contra o terrorismo e a proteção de nossos interesses vitais. Seja no Oriente Médio ou na África, nossa cooperação com os Estados Unidos é exemplar", disse em uma entrevista ao jornal Ouest-France.

    Jantar na torre Eiffel

    A segurança foi reforçada na capital francesa para cumprir a agenda intensa de Trump. A visita inclui uma cerimônia militar de boas-vindas no Palácio dos Inválidos, a visita ao túmulo do imperador Napoleão, encontros bilaterais e um jantar na Torre Eiffel. Os dois presidentes dão uma entrevista coletiva à imprensa.

    A visita a Paris contribuirá para que o magnata republicano de 71 anos esqueça, ao menos por algumas horas, de seus problemas em Washington. Seu filho mais velho, Donald Trump Jr., está envolvido em uma polêmica sobre contatos com a Rússia, em mais um capítulo do interminável escândalo sobre a suposta interferência do Kremlin nas eleições presidenciais de 2016.

    Na quarta-feira (12), o canal americano CNN divulgou um vídeo que mostra o presidente Donald Trump em um jantar há quatro anos com figuras-chave do caso sobre a suposta ingerência da Rússia nas eleições. (MSN)