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  • 15.07.2017 - 02:41

    DELAÇÃO: Eduardo Cunha revela quem recebeu para votar contra Dilma


     Dessa vez o bicho vai pegar. Bem mais explosivo que o livro que prometeu para revelar os bastidores do golpe que derrubou Dilma Rousseff parece ser a delação de Eduardo Cunha. O ex-todo poderoso presidente da Câmara Federal teria adiantado a Justiça os nomes dos deputados federais que receberam dinheiro para votar pelo impedimento da petista.

     
    Pode-se deduzir que os mais íntimos de Eduardo Cunha, que entregaram sua cabeça para abrir caminho para Michel Temer, devam estar à beira de um colapso nervoso principalmente aqueles que não possuem mais foro privilegiado. 
     
    Também é possível supor que os mais íntimos nos tempos das vacas gordas tenham sido contemplados com fatias generosas do gigantesco bolo da corrupção e não deve estar nada tranquila a consciência desses que traíram o chefão. 
     
    Cunha prometeu contar em livro as peripécias dos traidores, mas adiou para o momento certo a delação dos crimes praticados e tudo indica já entregou ao MPF a lista com os nomes dos asseclas e a quantia que coube a cada um.
     
    É possível que parcela da nossa bancada esteja cortando prego, apavorada com a citação na explosiva Lista de Cunha. A informação foi veiculada na coluna de Ricardo Noblat, em O Globo, e o jornalista afirma que esse trecho da delação já foi acatado pelo MPF.
     
    Tem índio na aldeia Tabajara já preocupado em ter que adotar como adorno as confortáveis tornozeleiras eletrônicas.
     
    Amigo da Onça
     
    Um desses íntimos de Eduardo Cunha era o então deputado federal Manoel Junior cujo procedimento de votar pela cassação do seu mandato foi recebido pelo ex-presidente da Câmara Federal como um gesto de covardia.
     
    À época Eduardo Cunha fez uma radiografia do caráter do então deputado que deve ficar para a história do paraibano como um exemplo nada edificante para seus descendentes: eles ficarão sabendo como agia o ancestral. 
     
    Tanscrevemos abaixo matéria abordando entrevista de Eduardo Cunha a uma rádio da capital logo após o resultado da votação que cassou seu mandato.
     
    Detonando
     
    “Alguns covardes que tinham posições diferentes resolveram ficar com a vida fácil da maioria. Infelizmente, o deputado Manoel Júnior teve esse comportamento, ele era muito ligado a mim, era um correligionário, sou grato aos bons momentos em que ele me apoiou, inclusive, ele entrou com várias questões de ordem, ele quem afastou o primeiro relator com uma questão de ordem promovida por ele, mostrando os erros que estavam sendo praticados no processo, foi um grande debatedor. Ao fim, quando ele manifestou aquele voto de hipocrisia ou covardia, seja lá o que for, ele realmente jogou fora tudo que ele havia falado antes dentro do processo, e obviamente, a população sabe reconhecer quem tem firmeza e quem não tem firmeza”, disse.
     
    O ex-deputado acredita que o paraibano poderá sofrer as consequências eleitorais por ter mudado de posição. Segundo ele, a população não aprova políticos “frouxos”.
     
    “Critico a covardia do gesto de última hora. Na minha opinião, ficou pior para ele (Manoel Júnior). Ele tinha uma posição pública de defesa e na hora que ele teve aquele gesto, demonstrou uma covardia e isso, de alguma forma, vai prejudicá-lo. Quando as pessoas elegem um político, elegem para que ele tenha uma posição , se você concorda ou discorda, sempre terá um momento para mudar o seu voto, mas ninguém quer um parlamentar frouxo, ninguém quer um parlamentar que mude de posição a favor de qualquer pressão, ninguém quer um parlamentar covarde. Ele vai perder muito com esse processo, com a posição que ele adotou. O povo é quem vai julgar, não eu”, avaliou.
     
    Cunha também defendeu Manoel Júnior de processo que o paraibano responde no Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta tentativa de pressionar o grupo Schahin, por causa de uma disputa com o corretor de valores Lúcio Bolonha Funaro, através de requerimentos apresentados na Câmara.
     
    “Vou defender o deputado Manoel Júnior. Ele não teve culpa nenhuma em relação a isso. Todos aqueles que estavam publicamente me defendendo, naquele momento era o caso de Manoel Júnior, efetivamente, sofreram algum tipo de perseguição. Ele está sendo vítima por ter se comportado em minha defesa. Talvez por causa dessa investigação que foi aberta, ele tenha mudado de posição para ele usar como justificativa para dizer que não é aliado meu porque votou até contra mim”, sustentou.
     
    Ele também negou ter aconselhado Manoel Júnior a ser vice do prefeito e candidato a reeleição, Luciano Cartaxo (PSD), lembrando que o correligionário foi um dos principais críticos à atual gestão da Capital.
     
    “Não. Se tivesse conversado comigo não teria sido candidato a vice, não teria sentido nenhum um deputado federal ser candidato a vice, inda mais que ele era candidato a prefeito e criticava a administração. Se ele criticava a administração e depois foi ser vice de quem ele criticava é até uma circunstância que ele deverá ter alguma dificuldade no curso da campanha eleitoral. Ele falou quando ele estava pré-candidato a prefeito”, falou.
     
    Cunha ainda confirmou durante a entrevista que o deputado federal Aguinaldo Ribeiro, líder do PP, esteve com ele na madrugada da votação que culminou com sua cassação.
     
    “Da mesma forma que não apenas o deputado Manoel Júnior, embora ele tenha sido o mais significante, mas o próprio Aguinaldo Ribeiro que estava fazendo contas com a gente, reunido”, informou.
     
    Bomba
     
    Trecho da delação de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) que revela os deputados federais que receberam dinheiro para votar a favor do impeachment de Dilma Rousseff já teria sido aceita pelo Ministério Público Federal; segundo o jornalista Ricardo Noblat, do Globo, Cunha, que está preso desde outubro do ano passado, "não se limitou a dar os nomes – a maioria deles do PMDB. Citou as fontes pagadoras e implicou o presidente Michel Temer. Reconheceu que ele mesmo em alguns casos atuou para que os pagamentos fossem feitos"
     
    Um trecho da delação de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) tem assustado seus ex-colegas na Câmara dos Deputados.
     
    É o que revela os deputados federais que receberam dinheiro para votar a favor do impeachment de Dilma Rousseff, em abril do ano passado, quando Cunha presidia a Câmara. A denúncia, que consta na proposta de delação, já teria sido aceita pelo Ministério Público Federal.
     
    Segundo o jornalista Ricardo Noblat, do Globo, Cunha, que está preso desde outubro, "não se limitou a dar os nomes – a maioria deles do PMDB. Citou as fontes pagadoras e implicou o presidente Michel Temer. Reconheceu que ele mesmo em alguns casos atuou para que os pagamentos fossem feitos".
     
    Noblat diz ainda que Cunha "contou o que viu e acompanhou de perto e o que ficou sabendo depois. Não poupou nem aqueles deputados considerados mais próximos dele", uma forma de retaliar os que o abandonaram numa hora difícil - ele teve seu mandato cassado por 450 votos.
     
    O acordo de delação premiada de Cunha, que é feito simultaneamente ao do operador Lúcio Funaro, que também está preso, podem servir de base para uma nova denúncia contra Michel Temer, a ser apresentada pela Procuradoria Geral da República.
     
    A denúncia de Cunha sobre o impeachment só comprova ainda mais que tudo não se passou de um golpe.

     

    Fonte: jampanews