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  • 25.09.2017 - 05:19

    ‘Volume morto‘ em campanha, Lira resiste ceder mandato para suplente


     Há um movimento intenso, porém, surdo dentro do PMDB para remover o empresário Raimundo Lira do mandato de senador. A razão maior para esse movimento dentro da legenda acontece pela falta de contribuição positiva do senador a favor do estado e principalmente da capital e mais ainda do próprio PMDB. Já houve quem dissesse que o senador Lira representa o  chamado ‘volume morto‘ de uma campanha, por não contribuir com dinheiro e nem com voto.

     
    Político reconhecidamente sem votos nas duas ocasiões em que obteve mandato aconteceram em situações excepcionais: uma, quando uma eleição atípica, o levou ao Senado arrastado pelo turbilhão de votos de um político, em ascensão, cujo fenômeno até hoje não foi devidamente esclarecido, mas que propiciou a eleição de dois senadores da mesma legenda, o PMDB, que foram Raimundo Lira e Humberto Lucena, consagrados no ano de 86 pelo prestígio eleitoral de Tarcísio Burity.
     
    Depois dessa façanha eleitoral, Raimundo Lira afastou-se do seu benfeitor político por divergências que, supostamente incluíram exigências pouco republicanas para favorecer seus negócios empresariais, com as quais Burity não concordou.
     
    Depois de concluído o primeiro e único mandato conquistado nas urnas, Lira mergulhou no ostracismo e no anonimato muito mais pelo seu temperamento esquivo e pedante do que por outras razões e só veio reaparecer em 2010, numa suplência de um mandato cujo titular, Vital do Rego Filho, optou pelo cargo vitalício de ministro do TCU, aonde chegou tragado pela esteira de acontecimentos que apontavam para envolvimento com o que tem de mais requintado na corrupção dos dias atuais.
     
    Lira assumiu o mandato estigmatizado pelos chapiscos que macularam o titular e que ainda hoje se encontra sob investigação, mas o suplente não deixou por menos e assumiu no Congresso um papel de protagonista ao presidir o processo de impeachment que destituiu um Governo legítimo para entronizar no poder o mais rejeitado e mais corrupto de todos os presidentes do país.
     
    Esse papel tão preponderante no processo que atirou o país nesse descalabro vem preocupando os estrategistas do PMDB paraibano, que sonham retornar ao Governo estadual empunhando a bandeira da moralidade, e da comparação entre políticos que, mesmo sendo da mesma legenda têm procedimentos radicalmente diferentes e se sobressaem pela dignidade e lisura na vida pública, o que é o caso do senador José Maranhão.
     
    Maranhão, mesmo votando pelo impeachment, exibe um passado de probidade tal diante de um eleitor sequioso por esses predicados que a sua participação no processo seria irrelevante diante dos atributos morais que pode apresentar para avaliação desse eleitor exigente.
     
    Nulidade
     
    Esse desempenho de Lira, que beira a nulidade política e que não soma para uma campanha cujo desenrolar exigirá dos candidatos acima de tudo postura ética e moral, tem preocupado os estrategistas do partido que aconselham aos dirigentes convencer Lira de sair do palco e dar espaço e lugar ao suplente Aristávora Santos, um nome bastante identificado com o eleitor do maior reduto eleitoral do estado, a capital, e cujo passado de engajamento às campanhas peemedebista é histórico.
     
    Em termos comparativos, Tavinho detém densidade eleitoral bem maior do que a do senador na titularidade, além de apresentar um comportamento ético que atende as exigências do mais esclarecido eleitor paraibano, o pessoense.
     
    A grande preocupação da cúpula do PMDB é a inodora atuação do titular cujos resultados são praticamente nenhum e que se pauta única e exclusivamente ao envio de releases para as redaçõ0es falando de um desempenho virtual que não se traduz em números muito menos em ações.
     
    Trocando em miúdos: a contribuição eleitoral de Raimundo Lira para o partido se aproxima de zero e isso vem preocupando a cúpula estadual do PMDB, que luta nos bastidores para remover parte da vigorexia que acomete o senador e emplacar no Senado o nome de Tavinho Santos  muito mais identificado com a capital e com os interesses eleitorais do partido e que pode repetir o trabalho ao qual foi destinado na eleição de 2010, quando ficou coordenando a região metropolitana de João Pessoa.
     
    Para esse segmento do PMDB, Raimundo Lira pode trazer para o palanque do partido o excesso de desgaste que vem acometendo e compormetendo a legenda em razão dos muitos escândalos que a envolvem atualmente, principalmente pela sua atuação como condutor do processo que arrastou o país para esse cenário de imoralidades.
     
    Essas alas partidárias realçam que, Lira, nem tem o patrimônio moral de Maranhão muito menos os serviços prestados aos paraibanos pelo colega, e seu distanciamento do estado o faz quase um desconhecido lembrado apenas por episódios como o do impeachment onde sua participação como protagonista maior afundou de vez sua reputação de homem público.
     
    Em razão desse desgaste e dessa incompatibilidade com os interesses maiores dos paraibanos e da sua atuação, virtual, calcada em releases frios desassociados da realidade do estado é que o movimento para Tavinho assumir o mandato vem crescendo impetuosamente e se tornando uma preocupação do líder maior José Maranhão, que já fez ver ao empresário, dublê de político, que o seu afastamento do mandato seria bom para todos, e mais ainda para suas pretensões de conquistar um mandato na Câmara Federal.
     
    De acordo com fontes do partido, Maranhão já teria abordado o assunto com Lira, mas esbarrou na vaidade doentia do senador campinense que o impede de tomar posições que favoreçam a racionalidade política.
     
    Essa vaidade patológica o teria feito aceitar a presidência da comissão que instituiu o golpe parlamentar, cada vez mais distinto e evidente à medida que o país mergulha no caos da corrupção e do descalabro econômico com repercussão junto ao eleitor. Para esse analistas, Lira pagará um preço muito alto por esses momento fugazes de celebridade e deve entrar para a história bem longe da imagem de mocinho. (Fonte:jampanews)