Página inicial


  • A Paraíba altaneira

    09/04/2014

     Há uma premissa que serve de base ao raciocínio mais exigente, a de que “a Paraíba é rica em homens de letras.” Esse juízo racional ouvi muitas vezes de José Américo, em conversas com Juarez Batista, Virgínio da Gama e Melo, José Urquiza, nas visitas constantes que lhe faziam. Estimaria que, no presente, ele estivesse vivo, lúcido, e como sempre incontestável, nos seus sábios julgamentos, para subscrever sua própria sentença.

    Diante do evidente, exemplificamos com a posse do doutor Itapuan Bôtto Targino que realizou o sonho de pertencer ao quadro da Academia Paraibana de Letras. E realizou a quimera, por seu valor e os títulos literários que oferece sua fecunda vida de escritor. É autor de 16 livros entre eles, “Anísio Teixeira – Educador do Século XX” e “Patrimônio Histórico da Paraíba”. Por esse dois já merecia o trono e a coroa da APL.

    Em sua oração de regozijo pela conquista, não faltaram os elementos que a tornara moderna: inteligência, conhecimento e o domínio sobre a pessoa e a obra literária do patrono, Manuel Tavares Cavalcanti, e dos que o antecederam na cadeira 36.

    O currículo do padroeiro registra que se formou em Direito, e exerceu a magistratura. Fora jornalista de A União e cronista da Era Nova, a revista que divulgou, na Paraíba, o pensamento da Semana de Arte de 1922. Por 20 anos Manuel Tavares disputou cargos eletivos. Por coincidência destacou-se, como professor e pedagogo, na defesa da educação e do ensino, como o seu apadrinhado Itapuan Botto. Elegeu-se, em 1930, Senador da República, mas, como José Américo fora “depurado”, (na linguagem política de então) em favor de adversários, com menor número de votos... São os desvios da politicagem...

    Itapuan não esqueceu os que lhe antecederam na cátedra literária: Mauricio Furtado, e Monsenhor Eurivaldo Caldas Tavares, o acadêmico que tudo o que fez foi plural, da referência bibliográfica aos ensinamentos do catolicismo.

    Louve-se o discurso de Astênio César, que viu o amigo com a lente humana da sua visão. Na arte de escrever, vai da sublimação ao objetivo, como era habitual, no escritor José Américo de Almeida, seu tio.

    Para o Presidente Damião Ramos, um revolucionário do ambiente físico da Academia, diz que “Itapuan Botto na APL, é ganho, desde que é intelectual, homem dedicado às letras, professor e educador de méritos.”A Presidente do STJ, sua confreira des. Maria de Fátima Bezerra “declarou ser uma honra participar de mais um momento histórico da APL.” Se grande presença e alegria for reverência, a festa de Itapuan, regida pelo desvelo de sua amada Regina, será inesquecível.

    __________________________________________________________________________

    Lourdinha Luna é Membro da Academia de Letras de Areia.


    Voltar