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  • Na varanda do Cabo Branco

    26/11/2013

     Esboçado há mais de 20 anos, o livro-documentário – Na Varanda do Cabo Branco - ficou de quarentena, até que amadurecesse a decisão de publicá-lo. Não por temor de que pudesse ofender a alguém, pois repilo a maneira agressora em meus escritos. No relato dos fatos sou fiel ao que ocorreu na seleção dos candidatos ao governo da Paraíba, desde que as ocorrências citadas são históricas e comprováveis.

    Descartada a eleição direta, no regime militar, no entanto, para os políticos a única diferença se revelava na transferência do voto, atribuído a um Colegiado, desde que a escolha do candidato era da alçada do Comando instalado no país em 1964. Depois ia à homologação pelo Poder Legislativo Estadual. A restrição não tirou dos estadistas e do povo, o entusiasmo pela causa. Em alguns casos acirrou-se o interesse, como se o pleito fosse livre e direto. A corrida à Brasília amiudou-se sem ter, contudo, a menor influência...

    João Agripino Filho fora o último governador eleito pelo sistema democrático, em 1966, na sigla da UDN, em substituição a Pedro Gondim, no inicio do novo regime. Dir-se-ia que a situação oferecia aos brasileiros uma colher de chá, para não ser descartado de todo, os princípios da soberania popular, como fora na ditadura civil de Getulio Vargas de 1937/45, com o fechamento das Casas do Congresso.

    Em 1966, os resultados eleitorais do Rio de Janeiro e Minas Gerais, desfavoráveis à Chefia do Presidente Médice, levara o poder à instituir o AI-2, que extinguiu os 13 partidos vigentes, organizados à sombra da Constituição de 1946. Dai em diante passou a viger, apenas, a ARENA e o MDB, para abrigar os que desejassem continuar na militância partidária.

    A decisão por Ernani Sátyro não foi tranqüila. Os tupamaros (em alusão aos insurretos uruguaios), seguidores de João Agripino, não lhe deram trégua. Mas o “amigo velho” tirava de letra as ofensas dirigidas ao Estado, pois a ele não as atingia...

    Ivan Bichara, também, sofreu por parte de “amigos fraternos” de outras fases, e da atual. Aceitou a coroa de espinhos que os ingratos colocaram em sua cabeça. As verrinas contra o candidato a senador – Ivan Bichara – fora das mais rudes e nela se incluíram os sabujos que lhes beijavam as mãos todos os dias!...

    A batalha mais contundente diz respeito à deliberação pelo nome de Tarcisio Burity. Jogaram com o nome de José Américo, o que lhe trouxe dissabores e apressou seu fim biológico. Os detalhes das cruéis batalhas estão, em miúdos, na obra anunciada. Peço desculpas antecipadas, se ferir alguém.


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