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  • A Copa de 2014

    28/06/2013

    Seis meses após a posse de Luiz Inácio Lula da Silva, de quem a sociedade nativa esperava mudanças no país, para melhor, ele não esquentava a poltrona presidencial. Comprou o “aerolula”, fez dele sua morada e viajava, com freqüência, ao exterior. No Brasil, para cuidar da administração, deixava seu lugar-tenente, o chefe da Casa Civil, José Dirceu, que dispensa apresentação.
    Intrigava os meios de comunicação de Brasília, as prolongadas ausências do Presidente. Daí desconhecer o que se passava na constância do seu mandato.
    Lula não havia ainda iniciado as doações aos paises da América do Sul e da África, quando em junho de 2003 a Confederação Sul-Americana de Futebol anunciou que Argentina, Brasil e Colômbia se candidataram a sediar a copa de 2014. A Argentina já havia sido sede de um torneio desportivo desse porte (1978). O Brasil, então, não deveria perder o passe para a Colômbia, e Lula se fez o caixeiro viajante de seu próprio sonho... Participou de encontros relativos ao futebol e convenceu Joseph Blatter a referendar sua pretensão de ver um campeonato mundial, em terras brasileiras. Em julho de 2006, viu sacramentada pela FIFA sua quimera e aguarda ver a bola rolar em nosso território.
    Como candidato, prometera ao povo uma vivência digna, porém, o compromisso ficou para um segundo plano. Em primeiro estava o programa bolsa-família que instituiu a mandriice, responsável pelo esvaziamento do campo que se acomodou na periferia das cidades. Projetos para a educação e a saúde foram desativados ou adiados. A segurança que se esperava aparelhada fora atemorizada pelos crimes de toda espécie. A corrupção assumiu um teto estratosférico e grassou nos três poderes da República. A Transparência Brasil avalia seu alcance em 85 bilhões de dólares anuais.
    A transposição de águas do São Francisco para os sedentos de todas as regiões nordestinas, foi suspenso e registra enorme prejuízo, em face da ruína do plano já executado. As verbas foram desviadas para os 12 estádios de futebol.
    Sem condições de suportar o “ponto fora da curva” a sociedade despertou. Juízos de avaliação referentes à conduta humana estão sendo analisados pela juventude que se organizou e de repente reagiu.
    Repetem-se as cena das Diretas-Já (1983/84), e dos “caras pintadas” de 1992. É lamentável que haja excessos prejudiciais ao patrimônio público e privado. Que o regime democrata e a imprensa livre sejam preservados é o desejo dos que amam a sua pátria.
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    Lourdinha Luna é membro da AFLAP e da Academia de Letras de Areia.
     


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