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A UNIMED é nossa!
14/01/2014
É muito popular a anedota do vendedor de seguros que abriu sua linguagem de camelô perante um fazendeiro endinheirado, coisa rara nos dias de hoje. Após ouvir a cantinela do visitante, o visitado concluiu: meu amigo, pelo que eu vejo, nesse seu negócio todos ganham e só quem perde sou eu... Quero não!.
Seguro de vida e plano de saúde é um negócio bom de ter, desde que não se precise usar! O primeiro não é você que desfruta e o segundo você sofre nele. Almejo demorar muito a utilizar um e não precisar nunca de usar o outro.Domingo passado, porém, tive que usar minhas prerrogativas de associado da UNIMED e a carteirinha verde me proporcionou ingresso ao sofrimento VIP. Sim, porque beneficiário da inscrição de minha mulher, aposentada da Assembléia Legislativa, devo registrar a melhoria de status que o atual presidente proporcionou aos filiados do Plano de Saúde contratado com o SINPOL, o sindicato da categoria.
Adentrei, como dizem os repórteres policiais, por volta das onze e trinta na sala de triagem do Pronto Atendimento da UNIMED, onde relatei pela primeira vez meus achaques. Aferida a pressão arterial me carimbaram com uma fitinha amarela. Na parede, ví um cartaz que me tranqüilizava... A área vermelha era a mais desesperadora. Estava salvo! Mandaram-me a outra sala de recepção e depois fui atendido pela médica plantonista.Muito atenciosa me prescreveu um “cachete” sublingual para diminuir a pressão, um medicamento intravenoso via soro fisiológico e uma tomografia da cabeça. A tontura que eu sentia fazia o prédio do hospital rodar desde a Beira Rio à beira mar...
Introduzido no Box Feminino, disputei a cadeira com uma amiga servidora do TCE que me cedeu a vez, por cordialidade e em respeito à minha idade. Ela foi levada a outra cadeira no Box Masculino. Haja espera pelo “cachete”... Me irritei, impaciente, e tombando fui até o balcão da enfermagem reclamar providências. Hora e meia depois fui atendido. Com o soro dependurado fui levado em cadeira de rodas até o subsolo para a tomografia. E haja soro! Na primeira garrafinha já absorvera a medicação prescrita e estava já no quarto tubo. Indaguei por que:
- Senhor, a médica só lhe dá alta depois do resultado da tomografia e estamos aguardando que o radiologista volte do almoço para assinar o laudo. Fique tomando esse sorinho, disse a enfermeira, enquanto o médico chega...
Perdi a paciência! Esbravejei: minha filha, disse à enfermeira, me traga um pirulito, um café, um doce ou uma sopa. Assim devo esperar o médico. Esperar médico tomando soro foi a primeira vez.Aliás, diga-se de passagem, em setenta anos de vida,era a segunda vez que tomava soro.
Em seguida entra a médica, ouve minha reclamação, e manda tirar o soro. Lá para as quatro e meia da tarde, recebo alta e no dia seguinte vou procurar dr. Candeia. A coluna vertebral estava reclamando as mais de quatro horas naquela cadeira- do- papai da UNIMED.
Conto essa minha história, iguais a tantas outras que li pela rede social, para tentar melhorar as coisas. Era um domingo, por certo com excessos de pacientes e escassez de enfermeiros e atendentes. O personagem é conhecido e enquanto esteve quase deitado na cadeira-leito-ambulatorial, foi visitado por dois médicos renomados que se prontificaram para qualquer necessidade. E os anônimos? Como são tratados?
A UNIMED é uma instituição séria, com gente responsável à sua frente. Mas ela pertence aos seus associados. A UNIMED é nossa! Defendo uma reavaliação dos seus procedimentos, uma melhoria na remuneração dos seus prestadores de serviço e, sobretudo, humanização nas relações com seus pacientes. Recentemente, pude comparar o Hospital da UNIMED com o Hospital Napoleão Laureano e, com satisfação, posso dizer que essa meritória instituição que atende gratuitamente a todos os paraibanos que por infelicidade a procuram, está muito à frente em organização e eficiência. Que Deus me impeça de procurar qualquer dos dois. Amém!
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