Página inicial


  • Hora de dar um basta

    16/10/2013

     Houve uma euforia sem precedentes quando brasileiros de todas as idades ganharam as ruas com cartazes e deram seu recado. Em meio à multidão, havia até quem não soubesse por que estava ali, mas estava. As manifestações, sem dono e sem líderes, aproveitavam o momento em que as lentes do mundo estavam voltadas para a pátria de chuteiras. Era a Copa das Confederações. Pediam-se escolas, postos de saúde e serviços públicos nos mesmos padrões exigidos pela FIFA, que dita as normas no esporte bretão e os governos das sedes dos eventos mansamente obedecem. Pelo meio, um cartaz exigia a volta das tomadas de dois pinos... mas isso era a exceção.

    Protegidos pelo pacifismo dos manifestantes, surgiram os primeiros gestos de violência. A polícia, temendo a criminalização da sua ação, correu, afastou-se,  e os policiais que se arriscaram a usar balas de borracha ou gás de pimenta, terminaram por ser investigados e processados. De lá para cá, não pararam mais. No Rio e em São Paulo, outros motivos surgiram. O mais recente, envolve os professores cariocas insatisfeitos com o seu plano de cargos e salários. Pedem  o governador fora do cargo, e que o prefeito os deixe em Paes, em infame trocadilho com o nome do soba guanabarino.

    Não há quem me tire da cabeça que os manifestantes  não se ofendem com a presença dos mascarados. Não participam dos atos de violência, mas se acomodam com o que assistem e, muitos deles, participam das hostilidades aos policiais. Na verdade, a polícia deveria estar na área, para proteger o evento e os que dela compartilham, para usar a linguagem do facebook, um dos veículos de convocação da massa, nos dias atuais. Quando são assediados pela imprensa,  as lideranças improvisadas protestam contra os atos de violência e os repudiam. Os detidos são encaminhados à policia. Antes que cheguem à presença do delegado de plantão, se são oito os detidos, são dez os advogados para soltá-los.

    Agora qualquer protesto vira baderna e a televisão se refere a protesto pacífico. Não concordo com a junção dessas duas palavras. Se é protesto, não pode ser pacífico. O protesto já indica uma reação de força, uma emissão do inconformismo retido e que se libera em atos e gestos enérgicos. Quem cobre o rosto para participar de uma passeata, não está bem intencionado. O anonimato infunde coragem ao agente lesionador do patrimônio publico ou privado. Os martelos, as marretas, os aríetes, não se encontram nas ruas. Quem chega à rua, mascarado, já chega com seus instrumentos badernistas, como diria Odorico Paraguassú,criação imortal de Dias Gomes.

    As cenas que vislumbramos diariamente pela televisão, e ainda bem que estamos longe delas, incomodam o cidadão e perturbam a vida política e social do País. Até quando assistiremos de mãos atadas ao quebra-quebra das casas bancárias, dos caixas eletrônicos e das casas comerciais?  A única diferença de quem destrói o caixa eletrônico perante a TV e aquele que bota dinamite nas caladas da noite, é que  este leva o dinheiro espalhado com a explosão. Ambos são criminosos e existem leis para puni-los igualmente.

    Os olhos do mundo estão voltados para o Brasil da Copa e das Olimpíadas. Chegou a hora de reagir contra esse clima  de violência que assola, principalmente, o sul maravilha. Separemos o joio do trigo. É hora de dar um basta!

     


    Voltar