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  • Vigarista toma sino de Amorim

    03/06/2013

    A nova Bananeiras que vem sendo construída a partir dos últimos dez anos, começou a surgir da iniciativa de um empreendedor corajoso que acreditou no futuro de seus investimentos, conseguiu parceiros que se associaram ao projeto e arrancou o poder publico da sua inatividade secular. Bastou uma legislação protecionista e acolhedora, a par de uma divulgação direcionada à história, beleza e vantagens climáticas do lugar, para a antiga capital do café se tornar um dos destinos turísticos mais procurados da Paraíba,
    Com a construção de uma segunda residência em condomínios fechados, vieram conviver com os brejeiros dezenas de nordestinos, e até europeus. Estes escolheram as nossas serras, pela semelhança do clima, como moradia de lazer ou para gozo merecido de suas aposentadorias.
    Entre as figuras pioneiras desse êxodo pelo avesso, que abandonaram o litoral ensolarado e as praias de águas quentes vindo aportar no alto da Serra da Cupaóba, destaco Aloisio Nicácio, servidor aposentado do Banco do Brasil com passagem pelo Tribunal de Justiça na gestão do estimado amigo Rafael Carneiro Arnaud e que construiu seu chalé na Rua Santo Antonio, conglomerado inicial da nova fase do burgo de Solón de Lucena.
    A sua casa, com vista privilegiada para a cidade que se espalha ordeira e majestosa no vale cortado pelo Riacho Bananeiras foi das primeiras a surgir, ao lado do empreendedor-mor Alírio Trindade Leite, um patoense que escolheu Bananeiras como seu berço e por ela foi adotado. Essa adoção rendeu muitos frutos e os alicerces que fincou agregaram às estatísticas do nosso desenvolvimento mais de quinhentos leitos de hospedagem, cinco condomínios fechados, restaurantes de boa qualidade e cerca de dez loteamentos que ampliaram a zona urbana, conforme o Plano Diretor da Cidade.
    Andei pela cidade e já ia me esquecendo do sino. O padre comprou um terreno e Alirio construiu a Capela em homenagem a Santo Antonio, mas faltava o sino. É aí que entra o seu vizinho Aloisio Nicácio. Seu concunhado de nome Belarmino de Amorim possuía um sino e antes que botassem preço na peça necessária à capela, Aloisio resolveu fazer um pegadinha com o cunhado, lhe enviado a carta abaixo:
    A Prelazia de Bananeiras está construindo, na comunidade Sítio Serra Verde, uma capela, com donativos dos moradores daquela comunidade e significativa ajuda dos amigos de João Pessoa, possuidores de chalés naquele logradouro.
    Um caridoso morador da comunidade prontificou-se a doar o sino para a capela e mandou fabricá-lo em Minas Gerais; entretanto, até esta data, o fabricante não entregou a encomenda, tendo nos informado, por último, que o sino estaria pronto no final de outubro de 2005, sendo que a inauguração da capela está programada para o dia 26 de setembro próximo.
    Sabedor de que V. Sª. dispõe de um sino com as dimensões exatas para a obra em construção, venho, encarecidamente, apelar para a sua notória benevolência, no sentido de ceder à nossa paróquia, por empréstimo, o aludido sino, que lhe será devolvido tão logo nos seja entregue o exemplar que se encontra em fabricação.
    Certo de que contarei com a sua valiosa colaboração, apresento-lhe, antecipadamente, os meus agradecimentos, na qualidade de Vigário da Paróquia de Santo Antonio.Saudações,Vig. Aristato Masino de Amorim.
    A cidade nunca teve esse vigário. Mas foi lendo o nome do dito cujo sem intervalo, que decifrei a pegadinha. A assinatura revela que um VIGARISTA TOMA SINO DE AMORIM. Santo Antonio agradeceu, sem duvida.
     


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