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  • Convocado o décimo quarto constituinte

    09/03/2016

    A Constituição da Paraíba de 1989 se aproxima dos trinta anos de vigência, com emendas aditivas ou supressivas, mas firme na sua permanência. Como participante daquela Assembléia Constituinte, fui um dos homenageados com a “Medalha Constituição Cidadã Ulisses Guimarães”, quando da passagem dos vinte anos dessa nossa última Carta. Ao meu lado, outro companheiro, convocado pelo presidente Artur Cunha Lima, recebeu a mesma comenda. Esta semana, Múcio Wanderley Satyro acatou a convocação definitiva. É o constituinte numero 14 que nos deixa.

    Dos trinta e seis deputados-constituintes, despediram-se Ademar Teotônio, Aércio Pereira, Waldir Bezerra, Antonio Ivo, Ernany Moura, Egídio Madruga, Fernando Milanez, Francisco Pereira, José Fernandes, Soares Madruga, Leonel Medeiros, Oildo Soares e Judivan Cabral. Agora, Mucinho, tratamento familiar do tio Ernani que se expandia para os amigos mais chegados.

    Múcio Satyro chegou à Assembléia para cumprir mandato na Sétima Legislatura, iniciada em 1971. No mesmo ano seu tio Ernani Satyro assumia o Governo da Paraíba, eleito pela via indireta, graças ao Colégio Eleitoral criado pelo regime militar. Não foi fácil sua convivência nesse primeiro mandato, tendo que enfrentar uma oposição raivosa que, não podendo chegar aos chefes militares, conformava-se em atacar seu delegado local. Sobre o sobrinho recaiam todas as críticas e censuras ao tio governador. Assis Camelo, seu companh eiro de bancada, lembra, porém, que apesar de gozar da intimidade do poder e do governante, Múcio “nunca se aproveitou dessa força para atropelar qualquer companheiro”.

    Em 1974, quando cheguei à Assembléia, integrava um grupo nascido à sombra do governo de Ernani, juntamente com Evaldo Gonçalves, Manoel Gaudêncio, Nilo Feitosa, Sócrates Pedro e Chico Soares. Este último, substituía, em nome de Patos, justamente, o deputado Múcio, impedido de renovar o mandato pelo parentesco com o governador.Em 1978, Múcio retomaria sua cadeira e Chico Soares voltaria à sua tarefa no Ministério Público.

    A risada de Chico Soares ainda ressoava pelos corredores da Casa de Epitácio quando Mucinho voltou e, longe do poder exercido pelo tio, mostrou seu valor e conquistou luz própria. Nesse rastro, uma legião de amigos que choram a sua partida.

    Com a convocação de Múcio Satyro, a Assembleia Constituinte da Paraiba de 1989 já tem número suficiente para se instalar no Céu. Desta feita, não somente “invocando a proteção de Deus”, mas ao alcance de Sua vista. Descanso eterno, dai-lhe Senhor !


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