Página inicial


  • A família RAMALHO, no brejo da Paraíba

    21/12/2015

    O padre Florentino Barbosa Leite, que presidiu o Instituto Histórico e Geográfico Paraibano por mais de seis anos, até 1956, nos legou o único documento conhecido sobre as origens da Família Leite e seu entrelaçamento com a família Ramalho, no Estado da Paraíba.Seu livro data de 1948 e dá como raiz da família a chegada, à ribeira do rio Piancó, vindo da Bahia, do casal Pedro Ferreira Leite e Isabel Gomes de Almeida, por volta do ano de 1755.

    Sua numerosa prole distribuiu-se pelo Vale do Piancó ocupando os territórios dos municípios de Conceição, Piancó, Teixeira, Bonito de Santa Fé e até Brejo do Cruz.O padre concentrou a família em três ramos distintos: ConceiçãoPiancó e Teixeira. Pela sua classificação, os Ramalho do brejo estão enquadrados no veio de Conceição.Começo pelos meus avós maternos: A história de todo sertan ejo sempre começa ou termina com uma seca.  Em uma dessas estiagens prolongadas, Isidro Pinto Ramalho deixou a casa de seu sogro, Antonio Pinto Ramalho,no sítio Manguenza, município então denominado de Misericórdia, e partiu para a região amazônica em busca de melhor sorte. Nunca mais voltou, morreu de béri-béri. Sua única filha, Leonor Pinto Ramalho, sem arrimo familiar naquelas plagas, foi trazida para Bananeiras pelo padre José Eufhrosino Pinto Ramalho, que depois mudou seu nome para José Eufhosino Maria Ramalho, talvez em homenagem ao Padre Ibiapina, ao lado do qual fez questão d e ser enterrado, na Casa de Caridade de Santa Fé, hoje município de Solânea,vizinha à cidade de Arara.

    Isidro Pinto Ramalho era filho de Francisco Pinto Ramalho,comerciante em Misericórdia, e genro de Antonio Pinto Ramalho. Portanto, era genro do seu tio. Sua mãe chamava-se Alexandrina Leite Ramalho. Teve irmãos e irmãs, entre os quais um mais conhecido por ser considerado um bom maestro e fundado bandas de musica em várias cidades do sertão e do brejo- José Leite Ramalho, o Zeca Ramalho, pai do desembargador Luiz Silvio Ramalho, de Milton Ramalho e de Dudu Ramalho, para lembrar apenas aqueles que conheci.Terminou tabelião em Santa Rita. Is idro teve uma irmã, de nome Clotilde Leite Ramalho que casaria com o senhor do Engenho Poço Escuro, em Borborema,PB, tenente da guarda nacional José Rodrigues da Costa Neto.

    Clotilde, primeira mulher do tenente Zé Rodrigues, tia de Leonor Pinto Ramalho,pois era irmã de seu pai, Isidro Pinto Ramalho,adoeceu de grave enfermidade. O padre Eufhrosino, que havia internado Leonor na Casa de Caridade de Santa Fé para receber ali a melhor educação da época, levou sua sobrinha neta para o Engenho Poço Escuro. Ela iria cuidar da tia enferma e de uma criança ainda de braço, a menina Conceição. Ficando viúvo o tenente Zé Rodrigues, o Pároco de Bananeiras apressou-se em ir buscar sua pupi la para retornar ao convívio das beatas do Padre Ibiapina. Não esperava pela recusa da moça. Sertaneja destemida e já acostumada aos desafios da vida alegou que se apegara demais à criança sob seus cuidados, e ali queria ficar.

    “Uma moça jovem e solteira na casa de um viúvo, não pode dar certo”...ponderou padre Eufhrosino. “Vamos fazer logo esse casamento”. Desse enlace, surgiu um novo ramo da família, os Rodrigues Ramalho. Fruto desse matrimônio nasceram Maria Rodrigues Ramalho (Tia Lica) casada com Sebastião Barbosa de Sena; Diomedes Rodrigues Ramalho, casado com Erotildes Leite de Queiroz; Elpídio Rodrigues Ramalho, casado com Inez Leite Ramalho; Anatil de Rodrigues Ramalho, casada com Manoel Patrício;Edith Rodrigues Ramalho, casada com José Leite;Clotilde, que viveu pouco tempo;Arlindo Rodrigues Ramalho casado com Maria Eurídice Leite Ramalho; e Elvídio Rodrigues Ramalho casado com Ivanilda Pinto Ramalho. É grande a descendência desses casais, onde estou incluído e, também, o Eutímio Pinto Ramalho, um dos organizadores desse encontro familiar.( Resumo da palestra sobre o tema acima, proferida durante o Encontro da Familia Ramalho, em Cabedelo,PB, em 11.12.2015)


    Voltar