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  • Marina Silva - vida e liberdade

    28/08/2014

     Na ocupação diária de releitura (vista d´olhos) dos mestres, de quem herdamos dúvidas e certezas, eu, um ocidental, visito textos que trazem as perspectivas de pensadores eruditos sobre o tema que atrai a minha atenção: vida e liberdade, deixando de lado o mundo oriental, tendo em vista que “os dois mundos se desenvolveram isolados um do outro, de modo que é admissível fazer um estudo independente...” (BERTRAND RUSSEL, “História do Pensamento Ocidental, Ed. Nova Fronteira, 2013). 

    Reconheço tal distinção, como simples fonte geral, resultado de apanhados que consignei no campo da epistemologia. Chego, por fim, ao conceito político-literário “in media res” de Horácio e Bobbio. Sempre o meu caminho. Nada freudiano. Nestas condições, dispenso o radicalismo cientista de Karl Marx e seus seguidores, e o dogmatismo metafísico e cristão de verdades “reveladas” por Deus aos escolhidos, contidas na Bíblia (que tenho como repositório de sabedoria) além de outros livros religiosos, conhecidos somente pelos seus títulos. 
    Buscando no mundo que nos rodeia a explicação de acontecimentos assaz compreensíveis, é na ciência, como sustentáculo de alguns conceitos filosóficos, que a encontro. Chego, então, ao notável entre os mais notá-veis, nos dias atuais Albert Einstein, pela sua denominada “teoria da relatividade”, pouco lida e entendida, reconhecida, entretanto, como ápice do conhecimento alcançado para explicação do Cosmo, e das definições sobre leis que o identificam, conforme a sua existência. E aí se encaixa, inapelavelmente, a nossa expressão material e humana − honra paraibana −, definidas nos versos do Poeta do Eu, como “filho (s) do carbono e do amoníaco.”
    Assim, finaliza e externa o eminente cientista nuclear, detentor de Prêmio Nóbel de Física, a sua análise do mundo e da vida:
    “Minha condição humana me fascina. Conheço o limite de minha existência e ignoro porque estou na terra, mas às vezes o pressinto. Pela experiência cotidiana, concreta e intuitiva, eu me descubro vivo, para alguns homens, porque o sorriso e a felicidade deles me condicionam inteiramente, mas ainda para outros que, por acaso, descobri terem emoções semelhantes às minhas. [...] E cada dia, milhares de vezes, sinto minha vida – integralmente tributária do trabalho dos vivos e dos mortos... [...] Recuso-me a crer na liberdade e neste conceito filosófico. Eu não sou livre, e sim às vezes constrangido por pressões estranhas a mim, outras vezes por convicções íntimas. [...] Não posso me preocupar com o sentido ou a finalidade de minha existência, nem da dos outros, porque, do ponto de vista estritamente objetivo é absurdo.” (EINSTEIN, Albert – Como Vejo o Mundo – Ed. Especial, Nova Fronteira, 2011).
    Entretanto, sinto-me livre para seguir em frente. O que me pro-porciona a aceitação de tais conclusões estranhamente confusas para uns e esclarecedora para outros? O desejo de mudanças, a intuição da ética como padrão irrenunciável de conduta na sociedade dos homens. Como consegui-los? As regras coercitivas que determinam o comportamento social mostram-se a cada momento. Agora temos as eleições, que nos poderão mostrar o caminho certo para conseguirmos mudar e incluir o que é preciso mudar e incluir. Candidaturas estão colocadas pretendendo a direção como gestores da vida social. 
    Candidaturas? Entre as anunciadas somente uma, pelo seu padrão de conduta se mostra a melhor: A de Marina Silva, pela sua origem na divisão da sociedade em classes, pelo seu passado, pelo seu presente como militante das causas pela eliminação de diferenças, de integração do indivíduo na sua vida coletiva. 

     
     
     
     


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