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  • Eduardo Campos

    16/08/2014

     Na minha passagem em Pernambuco (que durou 12 anos) acompanhei alguns passos dessa família nascida em Sanharó, com barão, capitão de indústria, governador e tudo mais nos ramos de sua crônica genealógica. Foi no tempo dos coronéis famosos pelo seu prestigio e reverência que desfrutavam na sua cidade natal, estendendo-se pela vizinhança. Assim foi em Limoeiro, Bom Conselho, Exu e outras, cujas chefias levavam a discordância firme e altiva com os governadores a que estavam ligados politicamente. Célebre tornou-se o telegrama do coronel José Abílio dirigido ao governador Agamenon Magalhães, que pedia e recomendava a sua compreensão evitando possíveis ofensas à opinião pública em assuntos da política e da administração estadual. Esta foi a resposta: “Recebi vosso telegrama. Ciente vossa recomendação, lembro que o governo precisa do apoio dos coronéis que é forte e tem sustança.” 

    Na Paraíba vultos veneráveis adotavam postura igual à dos pernambucanos. Era coisa do tempo. Para não ir longe lembro os Gonçalves no Lastro, os Pereira em Princesa, os Maia em Catolé do Rocha. À parte vocação pessoal, assim chegaram à política pernambucana Cid Sampaio e Miguel Arrais. Um sustentado na tradição local narrada nos livros de Machado de Assis, o outro, um Fabiano, do livro de Graciliano Ramos, retirante do Ceará. Nada teriam subido no cenário político, e pouco teriam alcançado sem a tradição “Jenipapo” da família Sousa Leão, de Sanharó, com o título de nobreza do Barão de Vila Bela, com suas fazendas de gado leiteiro e engenho de rapadura.
    Pois vejam só, Cid e Arrais eram concunhados, casados com as irmãs Dulce e Célia, Jenipapo, foram deputados, governadores, um passou o governo do Estado para o outro. Tudo isso li na imprensa da época, escutei em discussões e comentários nos bares, nas bibliotecas, nos corredores da faculdade de direito, falando em politica e namoro. Ainda hoje “rola esse papo” lá e cá. O que dizer dos Maranhão, dos Cunha Lima, dos Veneziano, dos Gadelha, dos Maia. e dos novatos Morais e Santiago. Identifico: de Santa Luzia e de Uirauna. E para ir mais longe dos Bush no EUA!
    Essa mania de “passar de pai para filho” invade o campo do direito, encarnada em princípios legais no campo da doutrina civil. E a história o registra. Regredimos, e pouco alcançamos nas pretensões republicanas anunciadas, reconhecendo embora, o humanismo e heroísmo da esquerda que caracterizou a postura de Cid e Arrais: o primeiro opôs-se ao regime militar de 64, o segundo foi deposto do governo e condenado ao exílio pelo mesmo movimento reacionário dominado por interesses contrário aos do país.
    Caindo na realidade atento para a tragédia que enfrentamos com a morte inesperada do jovem Jenipapo Eduardo Campos candidato a presidência da república.
    Ontem, contrafeito, sobre o assunto citei o governador. Falou corretamente. Hoje, transformado em copidesque da mídia social, leio e repito pelo valor literário, jornalístico do texto o que escreve Martinho Moreira Franco, que além de saudosista, tem a profundidade de observação dos fatos e a coragem de anunciá-los próprios dos jornalistas e o faz. Ele escreveu. Leiam a transcrição abaixo:
    “Por fim, não conseguia assimilar o jeito Aécio Neves de ser – a voz algo hesitante, o sorriso maroto, uma certa falta de segurança, sei lá! Contribuíra para isso uma apreciação feita por Sebastião Nery, sobre Eduardo e Aécio, em entrevista ao jornal “Estado de S. Paulo”, que guardei em minhas anotações eletrônicas. 
    ... O Aécio fez um brilhante governo em Minas, mas ele não tem a característica do sujeito que brilha para conquistar as coisas. O povo quer um político que tenha posições claras. O Aécio gastou um ano no Senado e ninguém sabe o que ele pensa. A gente pensa que ele é uma liderança, mas não é. ... O projeto do Eduardo é de candidatura contra o PT, porque o PT evidentemente terá candidato depois de oito anos de Dilma. O governador de Pernambuco Eduardo Campos, presidente do PSB (Partido Socialista Brasileiro), e a ex-senadora ex-ministra Marina Silva, fundadora da REDE-Sustentabilidade, deram ao pais uma lição magistral da verdadeira política. Jogaram na campanha de 2014 não “uma pitada”, mas “uma bacia” de social, de democracia, seriedade, honestidade, não-corrupção, não-Mensalão, não-Chaves, não-Lula, não-PT. A juventude que foi às ruas cantando esperanças, a Nação que foi às praças sangrando desesperanças, têm em quem votar. Tenho em quem votar.”
    MARINA REPRESENTA A VONTADE NACIONAL DE MUDAR, A CORAGEM, A FORÇA DA MULHER, A NOVA GERAÇÃO DE POLÍTICOS TRANSFORMADORES. CONTRIBUÍU E DEU FORÇA AO IDEÁRIO DE EDUARDO CAMPOS

     
     
     

     


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