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  • Sousa, o CCBN, Collor, Ariano...

    20/07/2014

     Afora aulas do ensino de primeiro e segundo graus, os frequentadores do Centro Cultural do Banco do Nordeste, em Sousa, tem recebido, em boa hora, a oportuna contribuição oferecida em valioso e específico acervo bibliográfico, principalmente no ramo das leituras sobre folclore e cultura nordestina, de inegável valor histórico e etnográfico, social, enfim. Jovens em grupos ou pessoalmente, se fazem presentes utilizando a biblioteca e demais serviços na busca de informações, manuseio e leitura das obras que formam as variadas coleções especializadas em cultura regional, volumes de atualização literária lançados no circuito nacional. Uma riqueza de oportunidades na biblioteca. Algo estranho, contudo, acontece no país e nos atinge. Mostras e exposições temáticas em telas, fotografias, documentários em vídeo, representação teatral, dança, palestrantes e textos de artistas e pesquisadores fazem a pauta rigorosa da programação do CCBN. A região desfruta um panorama de expressiva animação cultural. Sousa é uma cidade, cuja vocação tem oferecido ao nosso Estado, e se desenvolvido satisfatoriamente, mercê do apoio recebido desta instituição cultural, braço estendido do Banco do Nordeste. Ampliando o BNB a sua ação, além da presença área da economia e do crédito voltado para o desenvolvimento da agropecuária, do comercio, da indústria local, alcança a saga literária de seus filhos como ensaístas, romancistas poetas, pesquisadores e produtores culturais como seria melhor qualificá-los. Mas existe um problema, repito, para levantar e para lamentar. Vejamos: “A situação educacional no Brasil, em números, revela uma posição de vergonhoso atraso perante outros países. Deprimente, em razão de frequentarmos o cenário internacional alinhados a outras nações, que conhecem este e outros números relativos à educação e mais aspectos da administração pública no Brasil. - 70% dos que freqüentaram escola de qualquer nível, concluído ou não o curso, são considerados ´analfabeto funcional´, aquele que sabe ler e pouco ou nada entende do que lê. O hábito da leitura lhe é estranho, ele não se interessa por livros, jornais, revistas, qualquer material impresso.” (Fonte reunião da Comissão de Infraestrutura, presidida pela Senador Fernando Collor – TV Senado 05 de outubro de 2013). Por sua vez, Ariano Suassuna, cortejado e admirado artista e escritor nordestino, no campo do regionalismo sertanejo do semiárido, escusou-se de responder indagação que lhe fiz em reunião com a imprensa no CCBN de Sousa, sobre o boato de encerramento das atividades desta instituição cultural, ao mesmo tempo que pedia a sua solidariedade, solicitava a sua posição contrária a tão inominável procedimento. Simplesmente Ariano respondeu que nada tinha a responder nem comentar porque não conhecia o assunto. Para usar o nosso jargão fiquei chateado. Ele ficou “em cima do muro”. Tanto que, ofendido nos brios locais, não li a saudação escrita, laudatória que lhe faria à noite em Acauã. Mas a verdade sempre aparece. Dias depois, deparei na internet com a matéria da imprensa do Ceará, a seguir transcrita: “Arte como Missão: novo projeto de Ariano Suassuna desembarca em Fortaleza. O projeto vai além da aula-espetáculo. [...] “Eu acho que tenho a obrigação de mostrar ao povo uma alternativa para essa arte de quarta categoria que anda se espalhando por aí, corrompendo o gosto do nosso povo, procurando nivelar tudo pelo gosto médio". Palavras dele. Preocupado estou. Indago-me. Algo acontece, porventura, no CCBN, no nível da constatação do senador Collor de Melo acima transcrita? Pouco importa. “Acauã Produções Culturais” dos filhos de Aparecida, nos abrigará, apoiará a nossa causa. A fazenda colonial dos padres Correia de Sá, abrigou o Frei Caneca com outros sousenses e sertanejos do Rio do Peixe, na luta pela criação da república brasileira, quase um século antes da Proclamação. Lá em Acauã faremos nossa sede de arregimentação, de luta, comemoraremos a vitória da nossa causa."


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