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  • O PT e a governabilidade

    03/04/2014

     Eu pergunto: 
    – Afinal, o que permite ao ex-presidente Lula, o desplante de bancar o salvador da pátria, o milagreiro? Noam Chomsky (Massachussetts Institute of Technology-USA) explica. Paciência. Chegarei lá.
    Ora, na pisada que vai, o país está com o potencial de algumas riquezas naturais em vias de esgotamento, outras inexploradas, reservadas e apropriadas por grupos alienígenas. E esses grupos agem criminosamente com absoluta proteção do governo. O poder de criatividade e resistência física dos trabalhadores brasileiros, que pouco recebe do fruto do seu esforço pessoal e coletivo, aproxima-se também do esgotamento. Mercê de tais fatores deletérios, explode a criminalidade e a violência. Os estrangeiros podem tudo, os nacionais nada a partir das bolsas de negócios, da ciranda financeira – a fase áurea e final do imperialismo, no capitalismo. Os presídios estão superlotados, hospitais em unidades insuficientes para atendimento da população doente, jogada na miséria mais dolorosa e vergonhosa que já se viu no país. Eles não querem acreditar. Mentem. Contratam e pagam estrelas da filosofia (Fukuyama diz que a história parou aqui), tangem o problema para depois. Só muito óleo de peroba mesmo para lustrar a carranca de capataz de Lula! Que ele não é “companheiro”.
    Para completar a permissividade de botequim de má fama, de negócios escusos que caracterizam o governo, os personagens que se arrogam todo o poder, e quando a crise se agrava afirmam como sempre com a maior cara de pau: 
    – É melhor garantir a governabilidade. Pior sem nós. 
    Trata-se verdadeiramente de uma chantagem, de ameaça embutida nas “ilusões necessárias” que embalam os patriotas brasileiros. Governabilidade tem sido a palavra, o modelo chave para salvar os corruptos da cadeia, da execração pública, sustentá-los do poder. 
    *
    É verdade que o Brasil está incluído, no quadro geral de crescimento e desenvolvimento econômico de alguns países, na atualidade. Mas um registro indispensável e alarmante não deve ser encoberto, dissimulado: a absoluta subordinação de toda e qualquer ação do governo brasileiro aos interesses do famoso G8, que gerencia no planeta terra o neoliberalismo como ideologia global, que em tirada hilária de mamulengo Lula critica,
    Falando com franqueza e sem colocar panos mornos como compressa, na fronte do doente (o Brasil), Lula, tenho certeza, nos levará à ruína patrimonial e moral. Vejam os personagens que dominam a cena; Sarney, Lulinha (filho), PT e partidos da base aliada no congresso produzindo "Marcos Valérios" espalhados no país. Confirmem na Paraíba o surgimento de fortunas fabulosas, ainda inexplicáveis. 
    Analisemos a justificativa e proposta do presidente aplaudido pelos seus asseclas, para sairmos da crise política de natureza eminentemente moral. Chegaremos à perda total da nossa soberania, já negociada e vendida, desde Collor e FHC, a que reagimos em atos públicos, em boa hora, e que resultou, infelizmente, na capitulação e retorno à velha prática de crimes de lesa pátria que nos envergonham perante outras nações. Exagero? Não.
    Governabilidade, eis a exigência, primeira a ser considerada, para que o país prossiga na sua marcha para o progresso, para salvar a riqueza do pré-sal, etc, etc. Este o argumento de Lula, Sarney et caterva. Significa dizer: eles devem continuar nos cargos e também os associados no assalto ao patrimônio público. A solução funciona como remédio único, que, como de outras vezes, consistirá em jogar a sujeira debaixo do tapete. 
    Governabilidade é o nome de fantasia da desmoralização, da avacalhação, da tragédia que se abate sobre a pátria brasileira.
    *
    O “Estado de São Paulo”, em oportuno editorial, denunciou dias atrás: “Segundo Chomsky a ‘fabricação de ilusões necessárias para a gestão social é tão velha como a história’... a instrumentalização dos cidadãos se faz através dos mais poderosos meios de manipulação de massas criados até hoje pelo o homem: a imprensa, o radio e a televisão”. Deles Lula se utiliza.
    Tenho dito que podemos reagir, utilizando os protocolos da internet, até onde vemos, livres para a divulgação da verdade e para o acesso dos cidadãos. Estes meios – blogs entre outros – contribuíram decisivamente para deslocar o eixo da opinião pública, do poder nos EUA, para as minorias discriminadas, o que possibilitou a vitória eleitoral do negro (impensável) Barack Obama.
    *
    Aqui na fazenda, alguns moradores marcam viagem para a cidade, para tratar de negócios, acessar caixas bancários eletrônicos para sacar dinheiro, desonerados de obrigações servis. Escuto-os argumentando sobre a garantia de liquidez para pagamento de suas “bolsas”, pois Lula grita que pagou a dívida do Brasil que hoje é um país rico. 
    Que eu saiba, como dizemos aqui, a nossa dívida era de seiscentos bilhões de reais no início do governo Lula e hoje ultrapassa dois trilhões de reais. Dá para tremer nas bases. Mas na Congresso Nacional funcionarão uma CPIs para investigar e conhecer sobre a dívida, wetc. Esperamos, com o coração na mão, com medo de algo pior.
    Um conselho final:
    “Se as pessoas com um poder limitado querem fazer algo, seja vencer o sistema de propaganda ou simplesmente adquirir algum controle sobre suas vidas, têm que criar organizações que lhes proporcionem uma força para contrapor aos principais centros do poder e quem sabe expandir essa força em outras direções.” Texto publicado no Anexo Cultural do jornal A Notícia (Joinville/SC), 1 de maio de 1996.
    Concordo com Chomsky.


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