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  • A falsa ética petista

    30/10/2017

     São os arremedos da historia. Chegamos finalmente, à incorporação de estrangeirismos e controvérsias linguísticas no campo gramatical: Black-blocks, Presidenta. Vem de longe esta prática de ignorar os mestres, ou simplesmente tentar rein-ventá-los. Bertolt Brecht e Chico Buarque na Ópera dos três Vintens e na Ópera do Malandro são exemplares, respectivamente. Não me aprofundo em exegeses eruditas nem filosofais. Fico por aqui mesmo, adstrito ao que chamo princípios gerais da moralidade, aprendidos em proclamações dos púlpitos católicos, nem sempre obedecidos. Me satisfaz e ilustram as minhas ideias religiosas. Assim é o mundo, isto é, a sociedade de pessoas. De um lado a ética, a boa fé e a cidadania que sustentam a liberdade e a democracia; do outro, o cruel apetite fraudatório da natureza do ser, da conduta humana. Um poder psíquico e material que seria explicado no “simbolismo cristão”. Criaturas de Deus, “[...] Behemot e Leviatã ambos são igualmente monstros .” (Olavo de Carvalho et alli). Ideias tidas como expressões conceituais, ser-vem de base à lei, adrede publicada, que resiste a contestações e entreveros, frequentes na sociedade. Abre-se a discussão. A intelectualidade ligada politicamente à esquerda, procura dominar a cena. A sua arrogância palavrosa busca na arte, reduzir a sua destinação à propaganda e manipulação de cons-ciências. Ignora que “ [...] Marx apreciador de Ho-mero e Esquilo, admitia a perenidade do valor estético para além da oportunidade política das obras”. A ética pode ser confundida com a lei, argumenta o citado filósofo Olavo de Carvalho, embora, com certa frequência, a lei tenha como base princípios éticos. Porém, diferentemente da cominação legal, nenhum indivíduo pode ser compelido, pelo Estado ou por outros indivíduos, a cumprir as normas éticas, nem sofrer qualquer sanção pela desobediência a estas; mas a lei pode ser omissa quanto a questões abrangidas pela ética. Trágica herança legou aos brasileiros a chamada pseudo-ética petista, criando na literatura uma atmosfera favorável ao banditismo. Rapers presos em São Paulo por incitação à violência cantavam: “Não confio na polícia, raça do caralho [...] De Capitães da /Areia até (literatura) [...] Mesmo um artista superior como Graciliano Ramos não fugiu ao lugar-comum: Luiz da Silva em Angústia, o mais patológico e feio dos criminosos... acaba sendo mais simpático do que a sua vítima, o gordo, satisfeito e rico Julião Tavares, culpado do crime de ser gordo, satisfeito e rico...” Bruno Tolentino 3 – Na VEJA, há 11 anos: “Só entro numa universidade disfarçado de cachorro” Há pouco mais de 11 anos, o poeta Bruno Tolentino, que morreu nesta manhã, concedia uma entrevista à revista VEJA que gerou muito barulho — e protestos daqueles que se sentiram “injustiçados” por um homem franzino, recém-chegado de uma espécie de exílio que durara 30 anos, mas dono de uma palavra contundente. São as Páginas Amarelas da edição n° 1346 de 20 de março de 1996."


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