Página inicial


  • Trump e Dória. Decadência ou progresso?

    13/01/2017

     Uma confusão dos diabos. Aconteceu, ou melhor, acontece comigo. Para falar em tempos recentes, depois dos hominídeos e do Paraiso bíblico. Falo de Proudhon, Marx, Fourrier, Gramci, Dhumenil. E agora chegam Trump e Doria, no primeiro e no segundo mundo. Tudo depois que a Europa – espelho da sabedoria e competência no mundo está em ruinas. Fundamentalistas explodem o planeta.
    Afinal, tenho de considerar o que aconteceu comigo, e com todos, parte do processo de transformação e mudanças dialéticas ou comporta-mentais, que sofremos na sociedade e observamos na natureza. Volto a afirmar que o que todos sabem: não sou folgado em dinheiro. Tenho um salário de aposentadoria, razoável, porém os gastos familiares de cada dia, mandam economizar, reduzir despesas. 
    Falo como as pessoas daqui do mato: vou com as dificuldades de tanger gado brabo. O que é pior a pé. Mas sempre aparece uma ajuda: um cachorro, um pé de cerca. Gosto dos americanos, porque eles raciocinam e agem certo nos momentos precisos. Recorrem aos cachorros e pés de cerca. E impõem regras para o pensamento e ações, suas e dos outros porque a sua meta é global. Criaram a internet, imaginada e anunciada como a liberdade geral, o mundo na ponta do dedo. Anunciaram pro-cedimentos, e comandam no domínio da “nuvem” que provê o google, o youtube. 
    Devemos saber que, como adverte Zygmunt Baumann, recentemente falecido: “As pessoas compartilham reações emotivas nas redes sociais e às vezes organizam-se, a partir dali, para ir às ruas e protestar. Gritam todas os mesmos slogans, mas na verdade têm interesses diversos e expectativas difusas. Depois, voltam para casa contentes pela fraternidade com os demais que se criou, mas é uma solidariedade falsa. Chamo-a de “solidariedade carnaval”, porque me lembra aqueles eventos nos quais, por quatro ou cinco dias, coloca-se a máscara, canta-se e dança-se junto, fugindo por um tempo limitado da ordem das coisas. Estes protestos permitem a explosão coletiva de problemas diversos, e de demandas individuais, por um lapso breve de tempo, como no carnaval – mas a raiva não se transforma em mudança compartilhada.”
    Que fazer? O mundo é assim mesmo. Temos americanos decifrando o processo de ajustamento, explicando. Vejamos as afirmações do citado Bauman , teórico da “sociedade líquida”. Em conferência em Udine, sobre as contradições e o confronto planetário da sociedade e instituições, esclareceu com “a atualidade política, os chamados “partidos anti-sistema” (de esquerda e de direita) e as eleições primárias norte-americanas.” Acrescento a de São Paulo.
    É porque, nas suas palavras, para citar Gramsci “se o velho morre e o novo não nasce, neste interregno ocorrem os fenômenos mórbidos mais diversos”. Hoje, os velhos instrumentos não funcionam mais; mas os novos ainda não existem. Direita e esquerda eram conceitos plenos de significado há poucas décadas, mas são muito menos na complexidade policêntrica do presente.”
    E finalizava:
    “Tenho muito respeito por eles, mas não gostaria que criassem muitas expectativas sobre o que se pode verdadeiramente fazer com os instrumentos já não funcionais próprios da era do interregno. De outro modo, o risco é desiludir-se rápido, como ocorreu com Tsipras na Grécia.”


    Voltar