Página inicial


  • Temer, o novo governo

    23/05/2016

    As mulheres cultivam o muxoxo e os rancores. São detentoras, todavia, no mais alto grau, instintivo, do sentimento do amor: o maternal. Inteligentes, souberam expandir o raio de sua influência. Daí serem apelidadas de guerreiras. Mas só neste caso. E se insinuam e dominam alguns homens condescendentes, apaixonados amorosamente, assumem tarefas de chefia e execução, de liderança. Aí chega o desastre. Vejam o caso de Dilma. E de Georg Sand que adotou o nome masculino e os trajes também, numa gloriosa quadra da literatura francesa. É a história. Andaram elas perto de derrubar o governo de Temer, passadas apenas 24 horas de sua investidura.
    Francamente, receio perder amizades e ser alvo de críticas e zombarias. Explico: sempre achei as mulheres as criaturas mais belas, determinadas e admiráveis na sociedade, desde os primórdios de sua organização, em que pese esquisitices intoleráveis de comportamento, muxoxos que devem ser evitados e até reprimidos. Que ocupem o seu lugar, como fala o vulgo “enxerguem o seu lugar”, desculpem, e lá se comportem. Tudo correrá bem. Nem tanto, porque depois do muxoxo vem a gostosa reconciliação. 
    Reinados e repúblicas atravessam anos com rainhas e governantes reverenciadas, com poder simplesmente aparente, decorativo, em regimes parlamentaristas, inegavelmente para “compor o quadro”, estabelecer e criar parâmetros de julgamento e apreciação. Sem poder de decisão, nada de muxoxo. Sempre admiradas e reverenciadas pela beleza e até a intrepidez guerreira, colecionando vitórias e conquistas, é impossivel negar-lhes o destaque. Todavia o tique do muxoxo complica a cena.
    Lembro nos lares do meu sertão, as elegantes damas na sala recebendo visitas, enfeitando saraus, ricas e pobres, mas na negociação e fixação de temas relativos à economia e a estabilidade financeira e comercial da casa, que envolve todas, elas se eclipsavam ou eram mandadas para o reservado quarto de bordar e costurar, a apreciada cozinha, cuidando da preparação de quitutes que todos elogiavam. Ou para cuidar do moinho, do pilão e das galinhas nos núcleos familiares de pouca fortuna. Não quero entrar no mundo mitológico e cultural de Solha com tragédias gregas e shakespeareanas de Otelo, Hamlet, Romeu e Julieta, que se ocupam do rancor, da inveja e do muxoxo. Fico no rés do chão petista, cuja fragmentação de conceitos sociais, pretensamente filosóficos, arruinou o país.
    Ao assumir a presidência da república, Dilma começou no muxoxo contra a linguagem corrente no país, violentando-a quanto à prosódia, não a musical, nem a gramatical de ajustar a harmonia na sua relação com a língua padrão. Somente o muxoxo do poder. E decretou que deveria ser chamada “presidenta”. Hilário. Hilário. Morro de rir vendo os idiotas, espertos e estelionatários petistas na tv redundando: “A senhora presidenta...” Quantos vexames ocorreram!... Lembro o contrafeito “cara-pintada” paraibano, senador Lindberg Farias, cujo pai médico de fortuna em bens, gastava as noites na “calçadinha” de Tambaú, num incansável proselitismo comunista. Impossivel esquecer o senador Pimentel do Ceará, com a cara lavada do chefe de seção, buscando adivinhar as ideias do diretor do seu departamento. Por sinal, foi a mulher intelectual acadêmica (da UFPB, da APL) Mercedes Cavalcante, conhecida como Pepita, que me chamou a atenção para o imbróglio, advertindo que, pacificamente tratamos as belas garotas de farda ou de biquinis nas festas das escolas, de linda estudante e jamais linda “estudanta”. Uma verdade que talvez salve a moralidade pública no país, destruida pelo muxoxo da presidenta.
    Desvios e erros acontecerão no novo governo, como em outros, com as mulheres ocupantes de ministérios, secretarias, estatais, etc. Resta a situação dos negros, e me integro à sua reivindicação, por dois afroparaibanos de muita garra e brilho da inteligência, que os conheci desfilando entre galegos obtusos na jerarquia mais representativa, invadida de contrabandos esquisoides, o demimonde de Ramalho Ortigão (ver Aurélio). Falo dos bachareis Francisco Zacarias, seguidor de Jackson do Pandeiro, e Severino Ramos, talvez de José do Patrocínio, Lima Barreto.


    Voltar