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  • Ciganinho aboiador

    30/04/2014

     Ontem Aurélio Rocha me colocou na linha com Ciganinho Aboiador, que já morou na casa dos meus pais e é considerado um irmão de criação. Aí eu me lembrei dessa história.

    Fui com Luis de Lauro Rocha, meu querido primo e amigo, para uma vaquejada em Tenente Ananias (RN). Luis namorava uma distinta e cobiçada moça, filha de um rico minerador chamado Miguel Alves. 

    Estávamos numa imensa mesa com comida e bebida fartas, quando chega Ciganinho Aboiador e dispara os aboios. Falou bem de mim como advogado e filho de Chico Leitão e Chiquitinha, derramou loas sobre o rico Miguel Alves e outras figuras da mesa, mas esqueceu de Luis.

    Pedi ao poeta que homenageasse o meu primo, para fazer uma média com o anfitrião e futuro sogro. Luis se ajeitou na cadeira para receber os elogios e Ciganinho acunhou essa: Luis de Lauro Rocha/Seu nome é destemor/Já brigou com delegado, juiz e promotor/O homem é tão afoito/Que só na comarca de Sousa/De processo tem dezoito...

    O reboliço estava feito. O pai da moça mandou que a filha acabasse o namoro imediatamente. Luis queria partir para dar uns sopapos no aboiador, mas eu o convenci de que Ciganinho disse aquilo pensando que estava exaltando a bravura dele. Além disso, não valia a pena incluir na coleção mais um processo. Deu certo.

    P.S.: não sei de onde o repentista tirou aquela ideia de que Luis tinha dezoito processos.


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