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  • Dr Clarence Pires, um homem de bem

    06/02/2017

     Clarence Pires comemora com familiares e amigos os seus bem vividos oitenta anos, com a marca da dignidade, da moralidade, da honra marcando toda sua vida, todos os seus atos de cidadão na vida publica e privada. Do seu casamento com a filha do cel Emidio Sarmento, Risélia, deixa os filhos Ney, Daisy e Clarice. Todos herdaram a esmerada educação dos genitores. Vale a pena viver uma vida assim. Prefeito duas vezes do município de Sousa, deputado estadual representando a região, diretor executivo de empresa pública, o seu comportamento no desempenho desses mandatos honrou os cargos para os quais foi escolhido, marcou a sua passagem com a elevação ética de sua conduta. Descende de famílias ilustres, os Pires e os Sá, ligadas à historia do município desde a sua criação, com inegáveis e valiosos serviços prestados à sua terra e à sua gente.


    O exercício da medicina lhe conferiu a legenda da competência profissional, e do respeito às normas contidas no juramento que prestam os diplomados. Recorro, portanto, à humanidade e credibilidade do mito contido em Hipócrates. Há poucos dias no balcão de uma farmácia em Sousa, encontrei a minha amiga de geração Ilza Brasil, que há muito tempo não via. Nos abraçamos, comentamos a vida da cidade, e num suspiro de convicção e lembrança ela perguntou: “Ah! Você tem visto dr. Clarence? Eis um nome da nossa terra que não desaparecerá nunca. Dê-lhe minhas lembranças.” Hoje ainda falam no seu nome, como se vê.


    Amigos no tempo de criança, na juventude, companheiros na vida política e partidária, entendo que cumprimos o nosso dever. E atra-vessando os dias e os anos sertanejos, desfrutamos “Vaquejada, apar-tação Futebol e carnaval / Véspera de ano e natal/ De São Pedro e São João/ Dança, novena e leilão/ E encontros em botequim/ Comícios e eleições...” Exatamente assim, como cantou Pinto do Monteiro, e emendei com o verso final. Impossível negar.


    Como amigo e companheiro de grupo político, posso testemunhar a sua coragem ao enfrentar desafios, em superá-los, à sua respeitada liderança nos momentos de decisão. Recorro como sertanejo recolhido à paz catingueira, à exaltação do poeta caririzeiro, num repente que se ajusta muito bem à presença do cidadão Clarence Pires na sua incomparável generosidade e bondade pessoal, no impoluto enfrenta-mento das campanhas eleitorais, no exercício da gestão pública, e de mandatos que lhe outorgaram e conquistou com glória e brilhantismo, é preciso salientar. Cantou o poeta: “Trabalhou com todo afinco / Nas obras monumentais / O que ele fez ninguém faz...” Por isso mesmo todos ainda falam na sua fina educação e na sua bondade, na sua capacidade administrativa. Afastado das salas e dos salões, aqui está, nestas palavras, na minha modesta erudição sertaneja, o retrato de Clarence. 


    A Clarence devo o decisivo apoio nas minhas eleições para de-putado estadual. Sem a sua postura ética e expressão familiar, o grupo Mariz não teria tido sustentação em Sousa, rejeitado pelos aliados do passado. Talvez sequer tivesse existido como grupo, outro seria o seu destino, a sua representação histórica, outra a ideologia. Não nego as qualidades pessoais e de homem público de Antonio Mariz, que ele as tinha de fato, refiro às condições do momento histórico que nos ligou: ele, eu, e Clarence.


    Não. A história de Sousa não pode ser mal compreendida, e, menos ainda divulgada escondendo interesses puramente familiares, exaltando glorias pessoais que não existiram, porque incompatíveis com os sadios princípios da sã moralidade. Ninguém ignora as conquistas do passado, de que nos orgulhamos, e as fases negras da vida municipal dominada pela incompetência, a corrupção, a imoralidade dos costumes políticos e administrativos, que tolheram os passos de nossa cidade. Éramos a terceira do Estado em população, arrecadação fiscal, eleitorado. Hoje amargamos um lugar, talvez o vigésimo ou mais.


    Encerro esta breve rememoração, num apelo à memória dos sou-senses, solfejando as notas e letra do seu hino de candidato à prefeito, tiradas da vivência sertaneja na alegria das roças: “Milho novo pendoou,/ Vai pendoar,/ No terreiro da Fazenda...” Este o nosso mundo. A poetisa Célia, quase menina ainda, assim parafraseou: “Clarence clareou / Clareou, vai clarear/ Esta eleição ele mesmo vai ganhar...” 


    Eis a clareza de idéias e intenções que norteiam a vida dos jovens, centradas no patriotismo do trabalho, da roça: essa é a mensagem da poetisa menina, puxando a sua sanfona, que conquistou os mais velhos, a população. E ficou na lembrança, dentro dos corações dos sousenses para sempre. ...
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