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O dia do meu adeus a Paris
17/11/2015
Antes de contar minha visita a Paris, devo registrar que nada justifica esse ataque desumano (como disse o Papa Francisco) a essa que é uma das mais belas cidades do mundo, protagonizado pelo Estado Islâmico.
Foi numa noite de novembro de 2000 que eu e Aíla desembarcamos em Paris, vindos da China. A temperatura registrava 7 graus. Fomos direto para o hotel, que ficava na Avenue Champs Elysées, dormimos e acordamos por volta da 6 da manhã. Tentei tomar um café preto, mas o serviço do hotel ainda estava desativado. O jeito foi sair e procurar na famosa avenida um café aberto. Estava tudo escuro, pois o sol nessa época do ano só desponta lá pelas 8 horas.
Tomamos um susto quando um veículo de passeio com quatro jovens embriagados passou por nós gritando e fazendo gestos que entendi como ameaçadores. Com alegria, chegamos a um café que acabara de abrir. Com meu francês de turista, dirigi-me ao senhor de cabelos grisalhos e barriga protuberante que arrumava a louça:
- Bonjour, un café, s‘il vous plaît!
A resposta foi desaforada e incompreensível. O francês falou tão rápido que era impossível entender em qualquer tradução: osbdndg jland aoieytfvdbn!!! Ele deu a entender que ainda estava abrindo o estabelecimento. Dei o troco, na nossa língua e como vingança, dizendo: vá tomarno no c.! Minha sorte foi o sujeito tembém não entender o meu xingamento. Saimos sem o café.
Esse tratamento inamistoso, quase agressivo, foi o que recebemos em bares e restaurantes de Paris até a hora do embarque de volta ao Brasil. Eu já sabia que os franceses eram chatos e tratavam imigrantes, turistas ou algo assim com preconceito. Eles são xenófobos e racistas por natureza. Foi que conferi.
Bem, já que estávamos lá, cumprimos nosso roteiro turístico tradicional: Museu do Louvre, Catedral de Notre Dame, Arco do Triunfo, Torre Eiffel e outros, sempre observados pelo Rio Sena. Tudo belo e maravilhoso.
Porém, jamais sairei do Brasil para pagar caro e ser maltratado. Já dentro da aeronave, tomei a decisão: não voltarei a Paris. Não voltei. Adeus, parisienses.
A não ser... que os franceses parisienses voltem a tratar os não franceses com respeito. Que esse atentado covarde e reprovável sirva pelo menos de lição para eliminar uma ideia estúpida que eles têm: de que são melhores do que nós outros.
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