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  • A Lettera era linda!

    10/05/2018

    Com o primeiro salário de Engenheiro Junior comprei o "top de linha” da máquina de escrever nacional, uma Olivetti Lettera 82, portátil, verde desbotado.  Era linda! Hoje, no mundo dos microcomputadores, seria comparada a um "notebook" de última geração.  Tem até uma antiga fotografia minha caminhando e segurando na alça da "belezura". Com ela escrevi os meus primeiros livros e as mais de mil páginas da peça teatral "Confeitaria Glória", escrita e reescrita várias vezes, durante dois anos na iluminada cidade de Olinda. 


    Sempre fui um exímio datilográfo. Hoje a maioria das pessoas são “dedográfas”. Continuo nos microcomputadores respeitando o meu diploma de datilografia, adquirido com muito esforço, na tradicional e prestigiada escola da travessa Tiradentes, na cidade de patos. Nunca esqueci a primeira aula: ASDFG.  

    Tempos depois descobri que o poeta Tarcísio Meira César tinha também uma lettera de cor vermelha, que hoje faz parte do acervo do Instituto Histórico e Geográfico de Patos. 

    No meu tempo de estudante universitário  era um  reconhecido profissional da datilografia que cobrava dos clientes por página datilografada (que sirva de testemunha minha querida amiga Rita Araújo, que concorreu comigo no prestigiado Exame de Admissão do Colegio Estadual de Patos, na década de sessenta). Tinha cliente exigente que não aceitava rasura e uma palavra errada implicava em datilografar toda a página novamente. 

    Quando surgiu a máquina elétrica o trabalho ficou mais ágil porque tinha uma tecla que retrocedia e apagava a letra ou a palavra errada. 

    No meu velho sobrado da Praça Edivaldo Mota guardo uma razoável coleção de antigas máquinas de datilografia, inclusive a jovem Lettera, verde desbotado, dos meus anos dourados. 


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