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  • E agora, José?

    17/03/2018

     Não me lembro em que ano, foi na década de oitenta e sei que já era octogenário. Na televisão o entrevistador perguntou o  que ele estava lendo. O Itabirano respondeu que estava na idade do reler. No momento estava relendo as fábulas de La Fontaine. Deu uma pausa e acrescentou: - No original! Agora consigo entender um pouco dessas releituras do poeta Carlos Drumond de Andrade.

    Às vezes passo horas numa livraria procurando um livro para comprar e não consigo encontrar. Quando encontro um novo poeta, como Zack Magiezi com o seu "Estranheirismo", o meu coração é invadido por uma grande emoção e festa. A metade dos livros expostos numa livraria são de uma mediocridade terrível. Existe nesse meu tempo a vontade de reler alguns clássicos e algumas obras fundamentais.

    Na Universidade, por ter sido do  Diretório Acadêmico, tive que ler alguns livros de Estratégias como "O Príncipe" de Nicolau Maquiavel, "A Arte da Guerra" de Sun Tzu e "O Livro dos Cinco Anéis" de Miyamoto Musashi. Naquela época algumas traduções não eram boas, a maioria eram realizadas a partir de edições francesas e não da língua original do autor. Um exemplo clássico do que estou dizendo é a recente tradução definitiva dos "Irmãos Karamázov" diretamente do russo pelo paraibano Paulo Bezerra que estudou língua e literatura russa na Universidade de Lomonóssov, em Moscou. 

    Recentemente reli "O Príncipe" porque encontrei na minha biblioteca um estudo de Caso do Curso de  Introdução à  Ciência Política sobre o livro  de Maquiavel editado pelo Serviço de Ensino à Distância da Universidade Federal de Brasília que era coordenado pelo inovidável Tarcísio Meira César, intelectual da melhor estirpe e poeta patoense de primeira grandeza. Quando completou vinte anos de sua morte fiz uma sessão solene na Câmara Municipal e um discurso emocionado intitulado "O Homem que Gostava de Conhaque" .


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