Página inicial


  • O gaveteiro do Ingá

    17/03/2018

     Márcia quando perde algum objeto e não consegue encontra-lo só tem uma fórmula eficaz: Fazer o Pelo Sinal das Almas. É impressionante como logo em  seguida ela  consegue encontra-lo, mas é importante saber que esse pequeno milagre não é tão fácil assim. É toda uma história de vida e fé rezando diariamente para as pessoas que se encantaram.

    Quem é capaz de refutar as palavras de William Shakespeare? "Existe mais mistérios entre o céu e a terra do que sonha nossa vã filosofia". Já no meu caso que não tenho esse dom e prestígio tive que desenhar um móvel que denominei de "O Gaveteiro do Ingá".

    A peça foi fabricada por um marceneiro das Espinharas e pintada pelo meu amigo e artista plástico José Carlos que vive enclausurado no seu ateliê. Pintou no tampo do móvel as inscrições rupestres da Itacoatiara do Ingá. Nele coloco pequenas peças, documentos, fotografias, monóculos, flâmulas, slaides, negativo de fotos, cartas, postais, bússolas,  relógios de bolso, carteira de trabalho e estudante, flores murchas, lembranças, segredos, lágrimas, alegrias e tristezas. Recentemente, por acaso, encontrei num envelope duas fotografias raríssimas da primeira aula espetaculosa de Ariano Suassuna que aconteceu na cidade de Patos na década de setenta.

    Ele registra esse acontecimento no seu livro "O Jumento Sedutor". As fotos já estão aprisionadas no gaveteiro para o bem da nossa memória cultural. Ainda não encontrei nos meus arquivos duas fotos da inauguração do famoso Hotel JK. Uma Jucelino Kubitschek desfilando em carro aberto pelas ruas da cidade e a outra no descerramento da placa. Tem também um fluxograma da peça "A Morte do Padre Aristides" que ainda não escrevi porque o perdi  entre o meus papéis. Poderia até escrever a peça, mas prefiro a criatividade  daqueles meus trinta anos quando fiz o fluxograma.


    Voltar