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  • O grito de liberdade do Poder Legislativo

    02/02/2019

    Uma Assembleia Legislativa independente, nem de João Azevedo e nem de Ricardo Coutinho. Foi basicamente esse o recado emanado das duas votações na tarde desta sexta-feira (1) no plenário José Mariz, da Casa de Epitácio Pessoa, que consagraram o deputado Adriano Galdino presidente do Poder Legislativo por quatro anos, contrariando um entendimento, inclusive com aval do governador João Azevedo e do ex-governador Ricardo Coutinho, que os biênios seriam divididos por Galdino e Hervázio Bezerra, ambos do PSB.  

    Inconformado por não ter merecido o respaldo do governo na sua pretensão de concorrer ao cargo mais cobiçado da Assembleia Legislativa, o deputado Tião Gomes lançou uma candidatura avulsa contra Hervázio Bezerra, já que na primeira votação o nome de Galdino foi sacramentado com apoio das duas bancadas – Situação e Oposição. Contudo, Tião deu demonstração de sua fidelidade ao governo, abrindo mão do confronto com Bezerra e lançando o nome de Adriano Galdino para conduzir a administração da Casa por mais dois anos. Galdino aceitou de pronto, bateu chapa com Hervázio e venceu por 23 votos a 13.

    Apesar das queixas de Hervázio Bezerra de houve traição ao governo, o presidente eleito Adriano Galdino encarou o fato com naturalidade, disse que é homem de desafio, anunciou medidas de austeridade no setor administrativo da Casa e sinalizou que manterá a linha de boa relação e convivência com o governador João Azevedo para que possa comandar o destino do estado com tranquilidade e conquistas.

    Mesmo com a reação mais agressiva de Hervázio e de alguns deputados mais próximos ao ex-governador Ricardo Coutinho, o governador João Azevedo foi sereno na sua análise: “Não houve derrota nem vitória do governo. Houve um posicionamento da Assembleia Legislativa. Nós tínhamos um acordo entre os membros da base, mas, evidentemente, esse acordo não foi cumprido”, reconheceu João Azevedo, o que necessariamente, conforme confidências de alguns deputados, não significa queda de braço entre Executivo e Legislativo, mas uma espécie de ‘grito de liberdade’ que estava entalado de garganta de muitos deputados, tanto da oposição quanto da situação, nesses últimos anos.


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