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  • O Coronel Cartaxo

    23/05/2017

     O prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo, resolveu reeditar, em pleno século XXI, a velha, surrada e ultrapassada política praticada na Paraíba na década de 30; ou seja, a política da intolerância, da prepotência, da arrogância, onde a violência e a força se sobrepunham ao diálogo.   

    Durante uma solenidade programada para uma coletiva à imprensa, nesta terça feira, 23, aflorou o sangue do coronelismo que até então o prefeito escondia com muita desfaçatez da população, e determinou ao seu secretário de Comunicação, jornalista Josival Pereira, que barrasse o acesso do repórter Judivan Procópio, da Rádio Tabajara, ao local da entrevista. Ou seja, ao profissional de imprensa, que considerou a atitude como um gesto ditatorial, sequer foi permitido adentrar ao recinto. Foi tolhido no sagrado  exercício de seu trabalho, mesmo acobertado por todas as prerrogativas e garantias constitucionais emanadas do nosso estado democrático de direito.   

    Essa determinação do prefeito Luciano Cartaxo deixa a todos atônitos e, ao mesmo tempo, preocupados.  O crime do repórter, segundo se apurou, foi pertencer aos quadros da Rádio Tabajara, uma emissora estatal cuja linha editorial não deve agradar ao inquilino da Prefeitura. Fica o alerta: hoje um profissional da imprensa foi vítima de uma imposição estúpida; amanhã outro pode até sofrer constrangimento físico.

    Por mais medíocre e incompetente que seja um gestor, nada justifica o uso da força contra jornalistas. O canal do diálogo ainda continua sendo o caminho adequado e democrático para dirimir dúvidas e esclarecer fatos, por mais incômodos e desagradáveis que sejam ao governante.  


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