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  • Gente a minha terra

    26/12/2014

     De Jório de Lira Machado pode-se dizer que sua vida co¬meçou dentro de jornal. Aos 16 anos já frequentava as redações dos matutinos O Nor¬te, A União e Correio da Paraíba, em João Pessoa.

    No jornalismo foi tudo: re¬visor, tradutor de mensagens telegráficas, repórter, redator, chefe de reportagem, redator-chefe, secretário de redação, diretor e, finalmente, professor de jornalismo da UFPB. Fundou O Momento e fez renascer O Combate.
    Fora da Paraíba, pertenceu aos quadros do Jornal do Brasil (sete anos), revista Manchete (três anos) e UPI United Press Intemational (três anos).

    Conquistou vários prémios de reportagem a nível esta¬dual e regional inclusive o 1° lugar no Brasil, em concurso de redator promovido pelo DASP.
    Destacou-se no exercício da profissão, por seu espírito de combatividade, demonstrado, sobretudo diante das ques¬tões sociais de seu tempo.

    Participou da fundação da aliança Operário-Estudantil-Camponesa, na déca¬da de 60, foi membro da Fren¬te de Mobilização Popular, ajudou a fundar Ligas Cam¬ponesas, lutou por reforma agrária, na época em que fa¬lar de reformas significava subverter a ordem instituída.

    Os propagadores dessas idéias terminavam sempre fi¬chados come comunistas, pre¬sos e, às vezes torturados ou fuzilados.

    Jório participou disso tudo com muito espírito público e maior idealismo, merecendo por isso mesmo o respeito e a admiração da sociedade pa¬raibana.

    Atraído para a atividade política, em razão da projeção profissional de seu nome, candidatou-se a deputado es¬tadual, pelo PMDB elegendo-se com a votação consagradora de 15 mil sufrágios, dos quais 8 mil foram conquista¬dos na Capital, quando o nú¬mero de votantes chegava a 80 mil. Ele obteve 10 por cen¬to da preferência popular, em João Pessoa, um índice recor¬dista, ainda hoje.
    Jório também exerceu o cargo de Superintendente do jornal A União, no governo Burity II; foi secretário de Justiça e Cidadania; no governo de Antônio Mariz; secretário de Comunicação Institucional e Consultor Jurídico no governo Maranhão I e II; e professor UFPB dos Cursos de Comunicação Social e Direito.

    Seu livro 1964: A Opres¬são dos Quartéis é um do¬cumento que se incorpora à história política do Brasil e da luta por Democracia, num País que ainda está engati¬nhando nessa matéria.

    Trata-se de um depoimento escrito por um jornalista de primeira linha, sobre o perío¬do em que esteve preso em Fernando de Noronha, em João Pessoa e Recife, com o sabor literário do estilo atraente e ágil do autor, que é personagem central do tris¬te episódio.

    Seu último livro Resis¬tência ao Medo, de edição esgotada, bastaria para asse¬gurar o sucesso de 1964: A Opressão dos Quartéis.

    Jório faleceu em 21 de julho de 2003, num hospital de Campina Grande, trinta após um acidente automobilístico na BR 230, no trecho Patos=Santa Luzia.


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